quinta-feira, 13 de janeiro de 2011


Museu Gaúcho da FEB
*O Museu da FEB em São Gabriel, possui um acervo riquíssimo sobre a passagem pela Itália e sobre a participação da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

O General Mascarenhas, comandante das tropas febianas na Itália, nasceu em São Gabriel, por essa razão, o museu possui pertences pessoais do mesmo. O Museu da FEB de São Gabriel também destaca-se por sua grande quantidade de armas e relíquias da FEB em seu acervo.

Além disso, possui vários equipamentos e transportes empregados pelos brasileiros na Itália. O museu situa-se no prédio da Estação Ferroviaria, na praça Carlos Pereira.



Tanque Sherman exposto junto ao Museu (Foto: Portal Segunda Guerra)

Interior do Museu. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Interior do Museu. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Capacetes. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Uniforme usado na 2ª Guerra Mundial. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Várias armas. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Equipamentos de comunicação. (Foto: Portal Segunda Guerra)

Estação nova de São Gabriel
*A estação de São Gabriel foi inaugurada em 1896, como estação terminal provisória da linha que vinha de Cacequi. Encampada pela Cie. Auxiliaire em 1898, esta mesma empresa conseguiu finalmente fazer a linha no trecho São Gabriel-São Sebastião, que unia Cacequi ao porto do Rio Grande, no ano de 1900.

O IPHAE considera como data de inauguração da estação o ano de 1900 e cita ainda o ano de 1906 como outra data, segundo o autor Borges Fortes. A estação, desativada desde o fim dos trens de passageiros na linha, por volta de 1982, serve hoje como museu da Força Expedicionária Brasileira gaúcha.

Nos anos 1970, a RFFSA fez uma variante e construiu a estação nova de São Gabriel, desativando a antiga. O IPHAE considera a data de desativação da velha estação como tendo sido em 1978.

Há que se lembrar, entretanto, que trens mistos continuaram rodando pela linha até 1995, e aí já pela estação nova. A estação continua ligada até hoje com a variante e a estação nova por um ramal provavelmente remanescente da linha original.

O trem ainda vai até lá para carregar arroz. Em volta existem engenhos. Os prédios da estação e do armazém não são utilizados com fins ferroviários.

O prédio da estação abriga um mini museu da FEB, e o que foi o armazém é utilizado por uma cooperativa.

Quanto à localização, a estação antiga fica praticamente no centro de São Gabriel, enquanto a nova fica fora da área urbana, a mais ou menos uns 2 km de distância. (Fontes: Guias Levi, 1940-1981; Caminhos de Ferro do Rio Grande do Sul, J. R. Souza Dias, 1987; Patrimônio Ferroviário do Rio Grande do Sul, IPHAE, 2002; Rodrigo Cabredo; Alfredo Rodrigues; Enciclopédia de Municípios Brasileiros, IBGE, vol. XXXIV, 1959; Carlos Cornejo e Eduardo Gerodetti, Lembranças do Brasil - As Ferrovias nos Cartões Postais e Álbuns de Lembranças)



Estação nova de São Gabriel.

Antiga estação de São Gabriel

Antiga Estação Férerea. (Foto: Guga Marques)

A antiga estação férrea de São Gabriel, em fotos de 1996.

Vista aérea do pátio da estação de São Gabriel em 1957. (Foto da Enciclopédia de Municípios Brasileiros IBGE vol. XXXIV 1959)

Antiga estação férrea de São Gabriel, em 1910. (Foto do livro de Carlos Cornejo e Eduardo Gerodetti, "Lembranças do Brasil - As Ferrovias nos Cartões Postais e Álbuns de Lembranças")

Estação de Santa Brigida
*A linha foi construída em partes: pela Southern Brazilian Rio Grande do Sul Railway Company Limited, sucessora de uma série de concessões anteriores, a Bagé-Marítima, em 1884.

De Cacequi a São Gabriel, em meados de 1896 e de São Sebastião a Bagé, no final do mesmo ano, ambos pela E. F. Porto Alegre-Uruguaiana.

Em 1900, a união São Sebastião-São Gabriel completaria o trecho Bagé-Rio Grande. Era uma linha de grande utilidade pois transportava gado e charque para o porto do Rio Grande, apesar de, no final do século 19, ter baixo movimento por causa dos altos preços do frete, dos maus serviços e da interrupção do serviço dos trens pela Revolução Federalista.

Os trens de passageiros partiam de Livramento, em outra linha, chegavam a Cacequi e dali até Bagé. Em Bagé, havia que se trocar de trem para chegar a Rio Grande.

Uma série de variantes foi entregue entre 1968 e os anos 1980 - Pedras Altas, Três Estradas, Pedro Osório, Pelotas - que encurtaram e melhoraram seu traçado, eliminando diversas das estações originais.

Até 1982 as linhas ainda transportavam passageiros, quando o serviço foi interrompido devido ao desabamento de uma ponte em Pedro Osorio; uma nova linha foi construída logo depois. O transporte de passageiros retornou algum tempo depois mas com trens mistos, que duraram até meados dos anos 1990.

A ESTAÇÃO: Em 1889 (ou 1898 - a data está escrita duas vezes na fonte, e de forma diferente), o jornalista Fileto da Cunha Ramos escreveu um artigo sobre as charqueadas de São Gabriel, onde afirmava que "a Charqueada do Trilha possuía uma industrialização diversificada com o aproveitamento do couro”.

Em 1912 o proprietário da charqueada, também chamada de Passo do Pinto, Augusto Nogueira, firmou sociedade com Boaventura Ferreira da Silva, desfeita em dois anos.

Boaventura manteve a charqueada até 1934, quando admitiu como sócios os seus filhos e denominou-a Boaventura Ferreira da Silva e Cia. Na década de 1940 encerrou suas atividades, com a falência dos proprietários.

Boaventura era casado com Brígida Cironi Ferreira da Silva, com seu falecimento, foi dado à charqueada e à estação o nome de Santa Brígida. Em 22/12/1933, a antiga parada do Passo do Pinto (na época, km 194,892) foi elevada a estação de 5a classe e renomeada como Santa Brígida. Hoje, junto ao Frigorífico Marfrig, o bairro à volta continua com o nome de Santa Brígida. (Fontes: Wilmar Wilfrid Rübenich, 2008; Fileto da Cunha Ramos, 1898 (1889);


Estação de Santa Brigida em 1939. Na foto, o chefe da estação Omar Rübenich (Acervo Wilmar Wilfrid Rübenich)

Charqueada Santo Antônio e Estação do Tiaraju
*A charqueada Santo Antonio era a charqueada mais nova de São Gabriel. Seu criador e charqueador no ano de 1929, Antônio Coimbra Gonçalves, juntamente com Fernando Gonçalves, Egídio Brenner e José (Zeca) Franco fundaram a firma Antônio Coimbra Gonçalves.

Com o afastamento dos demais sócios, Antônio assumiu a Charqueada Coimbra com seu filho Fernando até 1941, quando a empresa fechou. De acordo com a fonte, a vida foi curta: apenas 12 anos.

Antônio havia adquirido também as estâncias Santa Cruz, Tiaraju e Estância Velha. A povoação ainda existe e é sede distrital, com o nome de Tiaraju, o único povoado das principais charqueadas gabrielenses que não pereceu.

Na época da charqueada foi construída a escola e a capela que ainda hoje existem no Tiaraju. Hoje ainda restam vestígios da velha charqueada, no Distrito, próxima à velha estação ferroviária.

No início a estação, inaugurada bem antes da charqueada, em 1896, era chamada de Bella Vista. A estação teve o nome alterado para Tiaraju em 28/02/1935, em uma homenagem a um antigo e lendário chefe indígena local, José Tiaraju, morto em batalha nos campos de São Gabriel em 1756 (na verdade, o nome veio de uma das fazendas de Antônio Coimbra - ver acima).

A localidade é hoje um dos distritos do município de São Gabriel. (Fontes: Alfredo Rodrigues, 2005; www.saogabriel.rs.gov.br; Relatórios da VFRGS, 1920-68; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1940-81; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

Chaminé e caixa d'água da Charqueada Santo Antônio.

Antiga Estação do Tiarajú que estimulou a Charqueada Santo Antônio.

A estação de Bella Vista em 1929 (Acervo Ralph M. Giesbrecht)

Capela do Tiaraju.

Estação do Suspiro
*A estação de Suspiro foi inaugurada pela Cie. Auxiliaire em 1900 juntamente com mais três estações do trecho São Gabriel-São Sebastião, que unia finalmente Cacequi ao porto do Rio Grande. O prédio da estação ainda está de pé e aparentemente sem descaracterizações. (Fontes: Daniel Gentili, 2009; www.saogabriel.rs.gov.br; J. R. Souza Dias: Caminhos de Ferro do Rio Grande do Sul, 1987; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1940-1981; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

Estação do Suspiro ainda intacta. Desde sua construção serviu de intermediária para as charqueadas e transporte dos produtos.

Estação do Vacacai
*A estação de Vacacaí foi inaugurada pela Cie. Auxiliaire em 1900 juntamente com mais três estações do trecho São Gabriel-São Sebastião, que unia finalmente Cacequi ao porto do Rio Grande.

A demora na chegada dos trilhos à charqueada do Vacacaí, a primeira das charqueadas construídas na região de São Gabriel (em 1885) para aproveitar a linha que seria construída até o porto - a inauguração deveria coincidir com a chegada dos trilhos, o que não aconteceu - levou a charqueada a utilizar-se de carretas puxadas a boi para levar a mercadoria para o porto.

Ela ficava a 12 km do centro da cidade de São Gabriel. Em 1918, foi adquirida pela firma José Antônio Martins Filho, que arrendou mais três estâncias: a da Barra, do Pavão e do Jacques.

Novamente foi vendida em 1936, desta vez para a Cooperativa Rural Gabrielense. Em 29/01/1942, um novo prédio foi entregue para a estação, construído pelo empreiteiro Heitor Mazzini.

Quanto à charqueada, transformou-se mais tarde na Indústria de Frigorificação de Carne Gabrielense. Em 1957 encerrou as atividades realizando as últimas matanças.

Suas dependências foram demolidas, casas, galpões e a povoação do local. Tudo então desapareceu e no local restam hoje apenas ruínas, tendo sobrevivido apenas a velha chaminé.

O prédio da estação, por sua vez, está hoje abandonado: supõe-se que desde a desativação (1957) da charqueada, seu movimento tenha decaído rapidamente.

A data do fechamento efetivo da estação não é conhecido, mas o abandono, pela desolação do local, já deve vir de há muito. (Fontes: www.saogabriel.rs.gov.br; J. R. Souza Dias: Caminhos de Ferro do Rio Grande do Sul, 1987; VFRGS: Relatórios oficiais, 1920-68; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1940-81; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

Velha estação do Vacacai.

Chaminé da Charqueada Vacacai.

Estação de Azevedo Sodré

Caixa d'agua estação férrea de Azevedo Sodré.

Estrada férrea de Azevedo Sodré.

*A charqueada de Azevedo Sodré já existia no ano de 1898, construída por Ramão Lopes da Rosa. Quando foi fundada, somente existia no local a Estação Ferroviária - na verdade, uma parada (cujo nome inicial não parece ter sido Azevedo Sodré, mas não se tem registro desse nome primitivo) aberta em 1896, que somente foi elevada a estação em 24/8/1924.

Depois de enfrentar muitas dificuldades econômicas, Ramão teve de vendê-la a Antônio Cândido (Tunuca) da Silveira, que viveu excelente momento econômico chegando ao auge da produção.

A crise de 1929 fez com que a charqueada entrasse em colapso, e em 1935 veio a tornar-se a Cooperativa Rural Gabrielense. Encerrou as atividades em 1940.

Da velha charqueada restaram apenas vestígios, hoje quase desaparecidos. Quanto à estação - o nome Azevedo Sodré, antigo funcionário e diretor da E. F. Bagé-Rio Grande nos anos 1880-90, em 1925, a VFGRS estava iniciando os trabalhos de construção da estação recentemente aberta em substituição à parada.

Já foi, infelizmente, demolida, somente existindo hoje restos da plataforma, um pedaço de uma das paredes e a estrutura de suporte da antiga caixa d'água. Azevedo Sodré é hoje sede de distrito em São Gabriel. (Fontes: Daniel Taschetto, 2005; www.saogabriel.rs.gov.br; Ariosto Borges Fortes: Viação Férrea do Rio Grande do Sul, suas estações e paradas, 1962; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1940-1981; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

A estação ferroviária de Azevedo Sodré. (Foto: Nilo Dias)

Trilhos em São Gabriel.

Estação nova de São Gabriel. (Foto: Alfredo Rodrigues)

Composição férrea. (Foto: Darlan Correia)

Trem em São Gabriel, próximo da estação. (Foto: Jose Leandro Tatsch)

3 comentários:

  1. Parabéns amigo Nilo,gostei do blog e desejo a voce muito sucesso,nessa nova jornada.

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  2. Parabéns, muito interessante teu blog, com a história de São Gabriel. Eu moro há pouco tempo na cidade, mas ja tenho algumas fotos do interior de São Gabriel, que aproveito p tirar enquanto faço meu trabalho e já estão postadas no meu blog.

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  3. Muito bom, vou me espraiar na próxima entrada, já que eu com 26 anos e recém formado engenheiro tive que invadir a estação de Azevedo Sodré, para chamar por socorro em 1970. Havia um picapau, ou seja um aparelho de telégrafo tipo Buffalo Bill que eu utilizei.
    Tempo depois como chefe da Residencia Ferroviária de Bagé, vinha seguido a São Gabriel. Saindo para a Residencia de Vacaria quando iniciaram aos obras da variante, 73 ou 74?
    Num outro momento participei do projeto da Arquiteta Maria Helena Scalco que projetou todas as edificações da FFEROVIA DILERMANDO DE AGUIAR SÃO GABRIEL, projeto entregue ao Ministério dos Transportes que contratou o Batalhão Ferroviário para a construção. Eu fui o engenheiro do concreto armado, instalações hidráulicas e elétricas. Gostaria ainda de receber tuas publicações

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