O Negrinho da Sanga Funda

*Situada no Km 156, a beira da rodovia São Gabriel - Bagé está a Capela do Negrinho da Sanga Funda, símbolo de uma história de sangue até hoje lembrada pela população gabrielense. A capela foi erguida em 1948, a mando do senhor Vicente Teixeira, então sub-prefeito do Cerro do Ouro, como pagamento por uma graça alcançada.

O local, a exemplo de outros existentes em São Gabriel foi santificado pela crendice popular. Costuma ser frequentado por pessoas vindas de toda a parte do país e até do exterior, em busca de cura para seus males, tanto fisicos, como amorosos. Se atendidas, em agradecimento colocam coroas, flores e velas pelo chão e placas nas paredes.

A história conta que em 1908, um inocente negrinho de nome Pantaleão dos Santos, de apenas 12 anos de idade que os conhecidos chamavam de Antão, foi assaltado, assassinado, degolado e sua cabeça jogada para um lado e o corpo para outro. O cruel assassino foi o soldado desertor do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, João Paraguaio.

O crime ocorreu depois que o pai de criação de Antão, senhor João Ventura de Oliveira, residente nas proximidades da Sanga Funda, pediu que ele fosse até a venda do comerciante Teodolino Paulo, que existiu no local até 1990. No caminho, ao lado de um riacho ermo com feias barrancas, o menino foi atacado pelo bandido que tomou-lhe a égua que cavalgava e depois o matou.

Passados alguns dias viajantes que passavam pelo local localizaram o corpo do pobre menino, já em adiantado estado de putrefação. O assassino pagou por seu crime, tempos depois, quando foi morto a tiros ao reagir a busca policial.

A Capela do Negrinho da Sanga Funda tornou-se um local de visitação pública permanente. (Fotos: Divulgação)