sexta-feira, 15 de julho de 2011

Caiboaté, o CTG pioneiro

*O CTG Caiboaté foi fundado no dia 31 de outubro de 1953, por um grupo de tradicionalistas liderados pelo saudoso Rolino Leonardo Vieira, que se reuniram no Clube Comercial. Até então São Gabriel não contava com nenhuma entidade voltada ao culto das tradições do nosso Estado.

Por sugestão de Rolino Leonardo Vieira, a nova entidade foi denominada Caiboaté, em homenagem aos 1.500 índios mortos na batalha sangrenta ocorrida em 10 de fevereiro de 1756 nas coxilhas que levam esse mesmo nome. Ainda em homenagem a essa batalha foi escolhido como lema da entidade a célebre frase atribuída ao valente índio Sepé Tiarajú: “Esta Terra tem dono”.

Alguns anos mais tarde, a partir do ano de 1956, com a expansão do movimento tradicionalista gaúcho, foi eleita a primeira patronagem do CTG Caiboaté, tendo como patrão o senhor Clésio Teixeira.

Graças ao dinamismo de suas patronagens o CTG Caiboaté em pouco tempo alcançou grande destaque. Merece citação o trabalho de José Piratinino Garcia, que após adquirir a construção ao lado do prédio doado por Rolino Leonardo Vieira, retirou o velho galpão, erguendo em seu lugar a atual sede social, hoje a mais bela sociedade nativista de São Gabriel. (Fonte: Página do CTG Caiboaté, na Internet)

Sede do CTG Caiboaté. (Foto: Roberto Cohen)

Interior do CTG Caiboaté. (Foto: Roberto Cohen)

Sede campestre.

O "Pai da Pobreza"

*Rolino Leonardo Vieira, o principal expoente na fundação do CTG Caiboaté era natural de Santana do Livramento, tendo nascido a 1º de novembro de 1885. Em tenra idade chegou a São Gabriel.

Ainda jovem, ingressou na vida jornalística da cidade, fazendo parte do jornal “A Luta”. Também destacou-se como poeta de brilhante inteligência, cujos versos são raridades de uma grande beleza literária.

Com vocação para a vida do campo, foi dos primeiros e principais plantadores de arroz e trigo do município. Dono de um coração de ouro, ajudava todas as instituições beneficentes de São Gabriel. As crianças, os doentes, os velhos e o povo necessitado faziam-lhe preocupações cotidianas, que procurava compensar com donativos, para ajudá-los a amenizar seus infortúnios. Graças a sua bondade, a população passou a tratá-lo como “O Pai da Pobreza”.

A Fundação Educacional de São Gabriel, hoje Universidade da Região da Campanha, ergue-se num terreno doado pelo benemérito da época, além dos valiosos auxílios que lhe prestou para iniciar a sua instalação.

Construiu às suas expensas os monumentos à Batalha do Caiboaté, e colaborou para a ereção de outro, erguido no local do combate do Cerro do Ouro.

Como amigo da natureza, era incomparável, debatendo-se generosamente em defesa da vida silvestre. Era um inato defensor da ecologia da nossa região. Muitas vezes, abandonou o uso de um material agrário, inclusive tratores novos, porque ali um pássaro se alojara para construir o seu ninho ou casa de barro.

Quando alguém lhe interpelava, sobre tão estranho gesto, respondia com a naturalidade ditada pelo coração: “Gostaria você que alguém destruísse a sua casa?” Nada perdeu com isso, ganhou, por certo, a gratidão dos protetores da natureza e as bênçãos dos céus.

A 17 de fevereiro de 1974, desaparecia do convívio físico de São Gabriel, o cidadão gabrielense “Honoris Causa”, Rolino Leonardo Vieira, um abnegado trabalhador pela causa emancipadora da nossa terra. (Texto extraído da obra "São Gabriel Desde o Princípio", de Osório Santana Figueiredo - 2ª Edição, 1980)

Rolino Leonardo Vieira. (Foto extraida da página do CTG Caiboaté, na Internet.)

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