sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Revolução de 1923

A Revolução de 1923 surgiu numa conjuntura em que as oposições se uniram contra Borges Medeiros, que se perpetuava no comando do Rio Grande do Sul, amparado na autoritária Constituição castilhista de 1891.

A política econômica de Borges precipitara o Estado numa crise financeira que contribuíra para descontentar a elite estancieira. Também boa parte do movimento operário e estudantil opunha-se a Borges por conta de divergências anteriores.

No plano nacional, se isolara com o malogro da chamada reação republicana, por meio da qual tentara opor-se ao presidente da República, Arthur Bernardes, recém eleito. O Exército ficou mais próximo dos revolucionários, ao contrário de 1893.

O pretexto para a eclosão da revolução foi a suposta apuração fraudulenta das eleições estaduais de 1922. Presidira a comissão apuradora na Assembléia do Estado o então deputado Getúlio Vargas. Joaquim Francisco de Assis Brasil era o candidato da oposição contra Borges.

Mais de 30 Corpos Provisórios foram criados no Estado, por ordem de Borges de Medeiros. Em São Gabriel foi criado o 3º Corpo Auxiliar, comandado pelo tenente-coronel Manoel Bicca (coronel Bicca), que integrava a 5ª Brigada Provisória, ao comando do coronel Claudino Nunes Pereira.

Como nas revoluções

Em dezembro de 1923, pacificou-se a revolução no Pacto de Pedras Altas, residência de Assis Brasil. Borges pôde permanecer até o final do mandato em 1928, mas a Constituição de 1891 foi reformada. Impediu-se o instituto das reeleições, a indicação de intendentes e do vice-presidente do Estado. (Fonte: Jornal "Correio do Povo", de Porto Alegre)

No dia 23 de maio de 1923 o general Honório Lemes esteve em São Gabriel. Após o comicio na Praça da Matriz, seguiu conduzido por duas senhorinhas, em visita ao doutor Fernando Abbott, enfermo em sua residência. Ao fundo, à direita, o famoso "Coliseu", que cedeu lugar ao atual Clube Comercial. (Foto: Fototeca do Museu João Pedro Nunes)

Da esquerda para a direita: Menna Barreto, Batista Luzardo, Leonel da Rocha, Honório Lemes, Assis Brasil, coronel Setembrino de Carvalho, Pinheiro Machado, general Zeca Netto, general Felipe Portinho e Estácio Azambuja.

TESTAMENTO DE HONÓRIO LEMES

Décima de autoria do próprio Honório Lemes, mandada publicar no jornal "A Platéia", de Livramento por Rui Fernandes Barbosa, que recebeu os originais de Cacílio Lima, morador de Batoví, distrito de São Gabriel.

"O meu par de boleadeiras
Que boleou muito bagual
Eu vou deixar afinal
Para bolear brasileiros
Que fugiram traiçoeiros
Do Partido Federal

Do meu chapéu a divisa
Deixo nesta ocasião
Para o museu da nação
Deste pais brasileiro
Para verem que um tropeiro
Também faz revolução"

Coluna de Atiradores em São Gabriel. (https://www.facebook.com/RosarioDoSulAntigo) Esta foto também faz parte de um álbum de autoria do fotógrafo Isaias Evangelho, de São Gabriel que as bateu quando da ocupação daquela cidade pelas forças de Honório Lemes. Essa foto é de uma parte da força maragata que se denominava Companhia de Atiradores. Essa foto foi publicada no livro de Jorge Telles, "Honório Lemes e As Revoluções de Seu Tempo", junto com várias outras desse mesmo álbum.

Coluna de Atiradores em São Gabriel. (Foto: https://www.facebook.com/RosarioDoSulAntigo)

Companhia de Lanceiros em São Gabriel. (Foto: https://www.facebook.com/RosarioDoSulAntigo)

Foto tirada momentos antes do combate de Santa Maria Chico, em Dom Pedrito em 1923. O primeiro a esquerda é o doutor José Narciso Antunes, e o velho ao centro de bombachas brancas é o célebre degolador de 93, coronel Adão La Torre, momentos antes de morrer. (Foto: Cortesia da professora Ana Regina Fernandes Antunes de Rosário do Sul ,nora de José Antunes - https://www.facebook.com/RosarioDoSulAntigo)

Um comentário:

  1. Alguém saberia dizer em que ano a décima de Honório Lemes foi publicada no jornal A Plateia de Livramento?

    ResponderExcluir