Natural de Bagé, Homero Costa aqui chegou ainda muito moço, prestando serviço militar no Batalhão de Engenharia, no antigo Forte Caxias, passando a integrar a vida esportiva da cidade como valoroso arqueiro do "Tiro 247". Sendo que anteriormente, na mesma posição fora integrante do Guarany F.C., de Bagé.
No ano de 1924, dedicando-se as lides comerciais, fundou a Agência Veloz, que através dos anos tornou-se muito popular como ponto obrigatório de palestras daqueles que iam ali adquirir os seus jornais e revistas.
Espírito comunicativo e alegre, patriota acendrado como ninguém, "Saporiti" vibrava de entusiasmo com os grandes acontecimentos da nacionalidade e também os desportivos. Organizou e liderou manifestações coletivas, destacando-se as que levou a efeito por ocasião da vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial e nos dois campeonatos mundiais de futebol, em que o Brasil sagrou-se vencedor.
Coração bondoso, sempre afeito a praticar o bem, dedicado amigo da terra gabrielense, que considerava o seu berço adotivo, com muita justiça soube conquistar a simpatia de todas as camadas sociais da cidade. Contava a idade de 63 anos.
Era casado com a senhora Angelina Ferrari Costa, de cuja união ficaram os seguintes filhos: doutor Vilmar F. Costa, promovido recentemente para o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Encruzilhada, e casado com a senhora Teresinha Cardoso da Costa; senhora Ivone Costa Moraes, casada com o senhor Geny Moraes, do comércio local; e senhora Elovi Costa Garcia, casada com o tenente João Batista Garcia, da Guarnição de Bento Gonçalves. Entre os seus netos constam o jovem acadêmico Luiz Gonzaga Costa Moraes, a normalista senhorita Ana Maria Costa Moraes e o jovem estudante José Costa Moraes.
Tão logo foi conhecida a infausta notícia a casa mortuária ficou repleta de pessoas de todas as camadas sociais, que foram levar seu conforto a família enlutada. As cerimônias fúnebres tiveram lugar às 17 horas, com extraordinário acompanhamento.
Ao baixar o corpo a sepultura, uma banda de clarins do 9º Regimento de Cavalaria executou o “Toque de Silêncio”, como homenagem da Guarnição Militar de São Gabriel àquele que em vida soube ser um patriota fervoroso e incondicional do auriverde pendão da nossa Pátria, o qual como concessão especial do Comando da nossa Guarnição cobriu o esquife de "Saporiti", durante as cerimônias fúnebres.
No cemitério fizeram uso da palavra tecendo sentidas referências á pessoa do extinto, os senhores Abrilino Leopoldo e o vereador Carlos Brandão Rocha, tendo o Dr. Weimar F. Costa, através de comovente oração, agradecido as sentidas homenagens que estavam sendo prestadas ao seu pai. (Fonte: Artigo de Celso Schoereder, publicado no jornal o “Imparcial”, de quinta-feira 27 de junho de 1963. Extraido do livro "100 anos de futebol em São Gabriel", de autoria do operador do blog)
A Agência Veloz
Em maio de 1938, foi fundada em São Gabriel a Agência Gaúcha de Publicidade (AGP), por iniciativa dos senhores Ernani Astarita Duarte e Moacyr Neves de Almeida. Para tal, foi adquirido um completo aparelhamento da marca “Beltonia”, composto de rádio-eletrola, microfone e dois alto-falantes, que foram instalados na Agência Veloz, de Homero Costa, o popular "Saporiti".
No dia 5 de junho daquele ano, a agência conseguiu que a Prefeitura Municipal fizesse funcionar durante o dia a “Uzina Eléctrica Municipal”, propiciando com isso a transmissão pelos alto-falantes da partida internacional de futebol, na França, entre brasileiros e polacos, causando indescritível entusiasmo entre os torcedores locais. (Fonte: livro "100 anos de futebol em São Gabriel", de autoria do operador do blog)
Taça Ivan Costa
Por iniciativa da LGF, presidida pelo desportista Gomercindo Pinto foi disputado no dia 26 de abril de 1953 o Torneio Inicio do Campeonato municipal daquele ano. Estava em jogo a “Taça Ivan Costa”, oferecida pelo senhor Homero Costa, o popular “Saporiti”, em homenagem ao seu filho, tragicamente desaparecido em 24 de dezembro de 1952.
A taça foi adquirida em Porto Alegre e tinha as cores vermelha e preta, do E.C. 14 de Julho, de Santana do Livramento, onde Ivan jogava. Participaram do torneio as equipes do G.E. Gabrielense, Gráfico F.C., S.C. Brasil e G.E. Minuano. O E.C. Cruzeiro, que ainda não tinha seus jogadores legalizados não participou.
Às 14 horas, dois clarins do 3º Regimento de Cavalaria Motorizada, gentilmente cedidos pelo comando da Guarnição Militar, executaram o comovente “Toque de Chamada e de Ausência”, momento em que os atletas do G.E. Gabrielense e do S.C. Brasil, que abriram o torneio, dedicaram um minuto de silêncio em reverência a memória de Ivan, acompanhados pela assistência.
Terminados os jogos, a gentil senhorita Ieda Mosqueiro, acompanhada do senhor Mário Freitas, dedicado amigo e companheiro de clube de Ivan, procedeu a entrega da taça ao jogador Costa, capitão do G.E. Gabrielense, que foi o campeão do torneio.
Em nome do clube campeão, o desportista José Ritter Sodré fez breve pronunciamento. Depois, foi feita uma visita ao senhor Homero Costa. (Fonte: livro "100 anos de futebol em São Gabriel", de autoria do operador do blog)
Muito feliz em saber que a AGP ,em São Gabriel foi fundada pela iniciativa de meu pai,HERNANI ASTARITA DUARTE.
ResponderExcluir