terça-feira, 22 de outubro de 2013

Geraldo Magalhães

*Certamente pouca gente ouviu falar de Geraldo Magalhães. E muito menos que ele era de São Gabriel, onde nasceu no dia 31 de maio de 1878. E faleceu em Lisboa, Portugal, em 11 de julho de 1970. Foi dançarino e cançonetista, tendo iniciado a vida artística no fim do século XIX no Rio de Janeiro, apresentando-se no “Salon Paris’, na rua do Ouvidor.

Sua carreira de cançonetista começou nos chopps e cafés dançantes Da antiga capital do país, tornando-se conhecido por toda a cidade. Estreou em teatro no “Salon de Paris”, com um repertório de “lundus” e “cançonetas”. Em seguida, passou para o “Alcazar Parque”, na Lapa, fazendo dupla com a castelhana Margarita, conhecida nos rótulos dos discos da época como “Senhorita Margarida”.

A partir de 1900, formando a dupla “Os Geraldos”, com sua “partner” castelhana Margarita, exibia-se em casas de chope e cafés-dançantes da Lapa, além de teatros da praça Tiradentes, como o “Moulin Rouge” e “Maison Moderne”.

Em 1902, apresentou-se com Margarita na inauguração de um Café-concerto, na cidade de Santos em São Paulo. Provavelmente, gravou no mesmo ano, pela “Zon-O-Phone”, seu primeiro disco, acompanhado de Margarita, "Embarca, morena", sem indicação de gênero ou autoria.

Por volta de 1905, formou nova dupla com Nina Teixeira, mulata e gaúcha como ele. Provavelmente no mesmo ano, fez sua primeira gravação solo, interpretando "Gavotta", sem indicação de autor e em seguida a cançoneta "Meu assovio", de Eustórgio Vanderley.

No mesmo ano, fez gravações com Nina Teixeira, entre as quais, "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga. Apresentaram-se na “Maison Moderne” e, em 1908, a dupla iniciou carreira internacional, viajando ao México e Europa Em 1909, na França, lançaram com sucesso o tango-chula "Vem cá, mulata" (na verdade um “maxixe”) de Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre, que haviam gravado três anos antes em disco da “Casa Edison” do Rio de Janeiro.   

Por essa época, gravou sozinho na “Odeon” a canção "Teus olhos morena", um motivo popular do Norte. Em 1909, foram para Portugal onde fizeram sucesso.  Por volta de 1910, gravou na “Victor Record” a canção "Os olhos dela", de Irineu de Almeida, com versos de Catulo da Paixão Cearense. Geraldo apresentava-se de cartola, casaca e monóculo.

Em 1912, voltaram a Lisboa e a Paris, atuando sempre com muito sucesso. Ao regressarem, desembarcam no Norte do país, excursionando com o maestro Raul Morais. No Rio, apresentaram-se na revista carnavalesca "Fandanguaçu", estreada no “Teatro São Pedro”, em janeiro de 1913, cantando com enorme sucesso a canção "Ó minha caraboo", versão de Alfredo de Albuquerque para um “fox” americano. Essa canção seria um dos grandes sucessos do Carnaval carioca de 1916.

Separado de Nina Teixeira em 1913, formou nova dupla com a portuguesa Alda Soares. Apresentaram-se no “Palace Theatre”, passando a anunciar-se como duetistas luso-brasileiros.  Geraldo, além das gravações em dueto (“Os Geraldos”), gravou muitas músicas sozinho, assinando simplesmente como Geraldo Magalhães.

No início da década de 20, “Os Geraldos” retornaram à Europa atuando em Lisboa até 1926, quando se retiram da vida artística. Retornando a Lisboa, fixou residência nessa cidade, abandonando a atividade artística em 1927. Além dos discos que gravou com suas parceiras, deixou cerca de 60 gravações solo em diferentes gravadoras.


Principais sucessos: “Corta-jaca,” de  Chiquinha Gonzaga, Tito Martins e Bandeira de Gouvêa (1902); “Nhá Maruca foi s’imbora”, de Américo Jacomino “Canhoto) (1913); “No bico da chaleira”, de Eustórgio Vanderley, gravada somente por Geraldo Magalhães (1909)”O fado Liró”, de Nicolino Milano (1909).; “O jardineiro”, de autor desconhecido (1907); “Roda Iaya”, de Chiquinha Gonzaga e Ernesto de Souza (1902); “Sacy-Pereré”, de Chiquinha Gonzaga (1906); “Um matuto no Ceará”, popular português (1913) e “Vem cá, mulata”, de Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre (1906). (Fonte e foto: http://aochiadobrasileiro.webs.com)


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