*No Museu João Pedro Nunes, em São Gabriel, existe um
documento de grande valor histórico, e que serve como testemunho inequívoco do
que foi o rio Vacacaí no passado. O documento é um levantamento do leito do
rio, feito noo século XIX pela Câmara de Vereadores, através de uma Comissão
presidida por Manoel Ribeiro Baltar, uma das mais notáveis figuras da épóca.
O levantamento visava tornar o rio navegável todo o ano,
visto que no verão isso não era possível. A navegação no rio Vacacaí foi encerrada definitivamente no dia 2 de
agosto de 1940, quando aportou junto a ponte velha, a lancha a motor
“Campinas”, procedente de Cachoeira do Sul, com um carregamento de arroz,
embarcado no Pavão.
O estabelecimento de uma linha fluvial de navegação entre
São Gabriel e Porto Alegre deu-se no dia 4 de junho de 1860, com a chegada do
navio “Cachoeira”, vindo da Capital do Estado. De São Gabriel saiam produtos
como couro, sebo e charque e chegavam, principalmente manufaturados. Os navios
também levavam e traziam passageiros.
O término da navegação deu-se devido os perigos
existentes ao longo do curso do rio, como grandes troncos de árvores, que com
as fortes correntezas verificadas na estação chuvosa, muitas vezes até furavam
os cascos das embarcações. A limpeza do rio, anos à fio, foi mantida pelo
Exército, através do 1º Regimento de Artilharia à Cavalo e funcionários civis e
sua paralisação foi responsável pelo fim da navegação.
O rio Vacacaí tem um percurso total de 278 quilômetros,
desde a sua nascente na serra de Barbaquá, até se lançar no rio Jacuí como seu
principal afluente na margem direita. Corta o território gabrielense com um
curso sinuoso de 168 quilômetros, servindo ainda de limite com o município de
São Sepé, numa distância de 31 quilômetros.
Para se medir a diferença existente entre o Vacacaí do
passado e o atual, vale a pena lembrar um trecho do livro “Viagens pelo Sul do
Brasil”, de autoria do médico francês Roberto Avé-Lallemman:
“Ao despertar alegrou-me muito de que de novo me achava
no domínio das águas do Vacacaí e do Jacuí, a ligação fluvial com a parte mais
civilizada da província e com o caminho mais próximo do oceano. E para quem
percorreu o solitário distrito das Missões e a desabitada margem do Uruguai,
todo o oeste da província, esse pensamento é sem dúvida consolador.” (Fonte:
Matéria “Vacacaí, um rio que está desaparecendo”, de autoria do jornalista Nilo
Dias, publicada no jornal “a Razão”, de Santa Maria, na edição de 4 de junho de
1968)
Rio Vacacaí. (Foto: Gilson Perottoni)
DEVÍAMOS PROTEGER NOSSOS RIOS.A SOBREVIVÊNCIA DA VIDA NA TERRA DEPENDE DISSO!
ResponderExcluirUma bela história do nosso RS.
ResponderExcluir