O Marechal do Futebol

*Domingos Olimpio Rivas, filho de Ana Olímpia Rivas e Raul Rodrigues Rivas, nasceu em São Gabriel, no dia 16 de julho de 1945. Desde jovem gostava de esportes, especialmente futebol. Seu primeiro time foi o E.C. Farroupilha, da Vila São Sebastião, que existiu entre os anos de 1956 e 1957 e do qual foi um dos fundadores e atleta, aos 12 anos de idade. Nos tempos de quartel, defendendo a equipe do 3º Regimento de Cavalaria Motorizada foi artilheiro do campeonato regional militar, que era disputado na época. 

Depois foi presidente do Oriente F.C., o rubro-negro (acrescido do branco) da Vila Maria. Seu grande momento no futebol deu-se quando fundou e presidiu a S.E.R. São Gabriel, o clube profissional de maior longevidade na história do futebol gabrielense. Teve fundamental participação nas obras de ampliação e modernização do Estádio Municipal Silvio de Faria Corrêa, para permitir que a S.E.R. São Gabriel particípasse do Campeonato Gaúcho da divisão Principal, em 1981.

Por sua grande contribuição ao futebol de São Gabriel, mereceu de parte do consagrado radialista Dr. Dagoberto Focaccia, o título honorífico de “Marechal do Futebol”.

Dono de uma grande sensibilidade, Domingos gostava de escrever poesias, que as guardava para si em seus arquivos. Escritor premiado, ele publicou um livro de poesias e outro de contos. Sua última poesia chamava-se “Viver”, que demonstrava sua imensa vontade de continuar vivendo, a luta ferrenha que travava contra a feroz doença.

“Amo a vida e a tenho em mim/como indomável vulcão!/A desejo como o mais afoito/e terno dos amantes./Não há como sufocá-la/nas explosões continuas/de múltiplos sentimentos/insaciável a sede/até que a perceba/vibrar satisfeita/em cada fibra do meu corpo./Grito essa paixão,/transbordante em mim/esta ânsia enorme de viver./Quero a vida/amo a vida/por favor, deixem-me viver...”

Domingos Rivas começou sua trajetória como líder estudantil, sendo fundador e primeiro presidente do Grêmio Estudantil Padre Leonel Franca, da Escola XV de Novembro. Depois, presidiu a União dos Estudantes de São Gabriel (UESG) e a União Gabrielense de Estudantes Secundários (UGES), período em que sofreu perseguições do regime militar então vigente.

Como radialista e jornalista de escol, fez parte do quadro de funcionários do jornal “O Imparcial” e em muitos outros periódicos que existiram em São Gabriel e Rosário do Sul. Foi fundador do primeiro jornal que circulou em Vila Nova do Sul. Trabalhou nas rádios São Gabriel, Batovi e RBC.

Foi secretário nas administrações municipais dos prefeitos Ramiro Meneghello e Erasmo Chiappetta e um dos principais expoentes políticos de centro-esquerda em São Gabriel. Ajudou a fundar no município o antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), hoje Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e também o Partido Popular Socialista (PPS).

Carnavalesco de primeira linha presidiu a "Escola de Samba Vai Mesmo". Aposentou-se quando trabalhava no Jornal “O Minuano”, de Bagé. Por ocasião de seu falecimento ocorrido no dia 11 de outubro de 2000, o prefeito Rossano Gonçalves decretou luto oficial no município por 3 dias. (Fonte: Livro "100 anos de futebol em São Gabriel", de autoria do jornalista Nilo Dias, operador deste blog)