sábado, 20 de junho de 2015

Os cemitérios de São Gabriel

Segundo o saudoso escritor gabrielense, Celso Schoereder, em 11 de novembro de 1835, foi baixada proibição, a bem da salubridade pública, de inumar-se cadáveres no antigo cemitério, sendo designado local para outro, fora da povoação.

A ata então lavrada, foi firmada pelo cura da capela, padre Joaquim Ribeiro de Andrade e Silva, pelo juiz de paz Camilo Maria de Menezes, escrivão Luiz dos Santos Luges, Florentino de Deus Machado, Fidélis Nepomuceno Prates Filho, Zeferino Teixeira de Carvaho e Tomaz Ferreira Vale Filho.

O antigo cemitério, era instalado, desde a fundação da povoação em 1815, junto à Igreja, popularmente conhecida por “Igreja do Galo”, prolongando-se até a esquina fronteira a Praça da Matriz, hoje Doutor Fernando Abbott. Confrontando-o, existe ainda o prédio junto à Hidráulica, que foi utilizado em 1835, pelos Farroupilhas, como hospital de sangue.

Atendendo a determinação legal, o cemitério da vila foi instalado em local mais distante do centro, em terreno situado no hoje "Corredor José de Lima", na parte leste da atual Vila Maria. Mais tarde, tornando-se esse local exíguo, novamente foi o cemitério transferido, desta vez para a parte Oeste da localidade, onde até hoje se encontra.

É interessante notar que São Gabriel antecipou-se alguns anos a outras localidades do Brasil, com respeito a localização de seu cemitério fora do centro urbano, como se pode ver pela seguinte explanação de Licurgo Santos Filho, que diz:

“O velho costume colonial de se dar sepultura aos mortos no interior das igrejas, capelas e conventos, custou sobremaneira a desaparecer, dados os preceitos religiosos das populações brasileiras. Mas foi após 1850, depois da campanha sanitária empreendida pelos membros das juntas de higiene, que os legisladores e governantes, temerosos das epidemias fatais de febre amarela e cólera, construíram cemitérios públicos e proibiram em definitivo o antigo costume, fazendo-se exceção mediante licença especial para um e outro caso".

Nessa  exceção, temos o exemplo do ocorrido com o nosso Visconde de São Gabriel, marechal João de Deus Menna Barreto, cujos restos mortais se acham na Igreja Senhor dos Passos, em Rio Pardo, em túmulo situado no fundo do templo, com uma inscrição modesta, que, aliás, não faz jus a tão ilustre morto. (Fone: Livro “São Gabriel na História”, de autoria do escritor Aristóteles Vaz de Carvalho e Silva)


O artual cemitério de São Gabriel. (Foto: Marcelo Ribeiro/Panorâmio)

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