segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um cemitério abandonado

O Cemitério da Irmandade do Glorioso São José é bastante antigo. A idéia de sua construção aconteceu em uma reunião realizada no dia 26 de outubro de 1903. A intenção era de ali serem sepultados os irmãos e seus familiares.

O terreno que fica colado ao Cemitério Municipal e ocupa apenas um pequeno espaço pelo lado Sul, segundo consta na ata de fundação foi doado pelo irmão Generoso Joaquim Rodrigues. O cemitério foi erguido por meio de donativos.

A Irmandade de São José foi criada em 16 de janeiro de 1859, quando São Gabriel era Vila. Naquela data foi efetuada a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Capela, em terreno doado pelo cidadão Antônio da Silva Lima e sua senhora.

Foram fundadores da Irmandadade os seguintes senhores: José Corrêa de Melo, Julião José Carrera, Antônio Inácio da Silveira, Custódio José da Silva, Januário dos Santos, Eustáquio Salvador da Rocha, Luiiz de Assunção, Domingos Gomes da Silva e Angélico José de Barros.

Em 1905 tratou a Diretoria de continuar os trabalhos da Igreja, o que se conseguiu por meio de donativos dos irmãs. Até 1984 a Irmandade administraou o cemitério, tarefa que foi entregue a Prefeitura pelo então coordenador da entidade, professor Vanderlei Machado, quando o prefeito era Balbo Teixeira.

O projeto era para o local ser transformado em um cemitério semelhante ao Joao XXIII, de Porto Alegre. Mas o acordo não foi cumprido pela Prefeitura. Esta, deveria ter devolvido o Cemitério à Mitra Diocesana. Mas isso não foi possível porque a os responsáveis pelo cemitério não registraram o terreno, o que fez com que a área fosse entregue ao município automaticamente.

A Prefeitura então entregou o Cemitério a Santa Casa, que hoje o administra. Ela mantém o local limpo, que serve mais para pastagens dos cavalos de vizinhos que ajudam a conservar na limpeza, evitando o acúmulo de sujeira.

O Cemitério tem hoje apenas três ou quatro túmulos. Ninguém mais é sepultado lá. Muros, túmulos e até mesmo o portão de entrada resistem corajosamente a força implacável do tempo e ao abandono. Somente uma árvore, entre túmulos, fezes de animais e restos de rituais religiosos fazem companhia àqueles que dormem o sono eterno.

Segundo a folha número1 do livro número 2 do Cartório de Registro de Imóveis de São Gabriel, “a fração de terras, com área de 4.404,51m², situada na Avenida Francisco Hermenegildo da Silva” não possuía dono, passando o Município de São Gabriel a ser o proprietário.

Em 1990, o então prefeito Eglon Meyer Corrêa encaminhou para a Câmara Municipal de Vereadores o Projeto de Lei nº 34/90, referente a doação da área onde estava localizado o cemitério para a Mitra Diocesana de Bagé.

Entretanto, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Parlamento Gabrielense, formada pelos então vereadores Arlindo Vargas, Zamir Coirolo, Roque Hermes, Sandra Xarão, Rossano Gonçalves e Zelso Andrade qualificou o projeto como inconstitucional. (Fotos e parte do texto: Jornal “O Fato”, de São Gabriel. Outras informações colhidas junto ao historiadorOsório Santana Figueiredo e no livro "Aspéctos Gerais de São Gabriel", de Fortunato Pimentel)



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