sábado, 23 de abril de 2016

O Mendigo

Bonito poema da poetisa gabrielense Maria da Graça Cunha.

Andarilho tristonho
Pela estrada sempre em vão
Na vida diferenciado
Em sua triste missão.

Um ébrio farrapo
Que dorme na rua
Sugando em delírios
O néctar da lua.

Apenas por egoísmo
Rejeitamos nosso irmão
Que muitas vezes com fome
Implora migalhas de pão.

Pobre homem cuja riqueza
Desmoronou-se em fracasso
Dos amigos, o desprezo
Das mãos vazias

Nem ao menos um abraço
Um pária na sociedade
Que vive marginalizado
Ser humano, nosso irmão

Que jamais sentiu-se amado
Somos oriundos do pó
E a ele retornaremos
Na terra apenas ficarão

As boas ações que fizemos
Por que tanto preconceito
Tamanha discriminação
Se ao nos despedirmos da vida 

Tudo terá sido ilusão?


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