Sem futebol profissional o negócio foi prestigiar o futebol
amador. E num clube local, o Oriental, surgiu o goleiro Dilon, que foi
contratado pelo S.C. Internacional, de Porto Alegre.
Uma seleção amadora da cidade jogou contra a Seleção de Veteranos
do Rio Grande do Sul, que tinha na sua equipe o grande craque Osmar Forte
Barcelos, o "Tesourinha". Time de São Gabriel ganhou por 1 X 0, gol
de “Sapinho”, que recém aparecia para o futebol.
Em 1 de maio de 1974, a cidade voltou a ter um time profissional,
com a fundação da Associação São Gabriel de Futebol, tendo como seu primeiro
presidente Clóbis Saccol dos Santos. Suas cores eram o verde e branco.
O time participou da Copa Cícero Soares em 1974 e 1975, da Copa
Governador do Estado em 1975 e 1976 e do campeonato estadual da 2ª Divisão de
Profissionais em 1976.
Paralelamente surgiu o Oriente F.C., com sede na Vila Maria.
Disputou campeonatos da cidade com a Associação São Gabriel e tomou parte no
Campeonato Estadual de Amadores em 1975, sem qualquer brilhantismo e também da
Copa Governador do Estado, junto com a Associação São Gabriel.
O ano de 1976 foi o último da curta existência da Associação São
Gabriel de Futebol. Em 1977, o prefeito Erasmo Chiappetta, por razões
inexplicáveis, ordenou que tratores lavrassem o gramado do Estádio Silvio de
Faria Corrêa, o que não permitiu a prática do futebol durante aquele ano.
Em vista disso, a Associação São Gabriel de Futebol, mesmo
classificada para o campeonato principal do Estado foi obrigada a encerrar
definitivamente as suas atividades.
O Oriente F.C. se licenciou e na década de 1990 ainda teve uma
frustrada tentativa de disputar o campeonato estadual de amadores. Jogou
algumas partidas e enrolou a bandeira em definitivo.
Em 1979, ressurgiu o futebol profissional em São Gabriel. Sob a
liderança do radialista e jornalista Domingos Olímpio Rivas foi fundada a
Sociedade Esportiva e Recreativa São Gabriel, o clube com maior duração na
cidade, em toda a história.
Em 1980, um ano após ser fundada a S.E.R. São Gabriel conseguiu o
grande feito de subir para a Divisão Principal do futebol gaúcho. No dia 29 de
novembro, no Silvio de Faria Corrêa derrotou o F.B.C. Rio-Grandense, de Rio
Grande por 2 X 0, gols de Cigano e Duira. Antes, havia perdido em Rio Grande
por 3 X 1.
Com isso a decisão foi para os pênaltis, com vitória da S.E.R São
Gabriel e a consequente classificação junto com o Armour F.C., de Santana do
Livramento, para o Campeonato Gaúcho da Divisão Principal de 1981.
Pena que o time não correspondeu, chegando ao fim do campeonato
com a ingrata tarefa de decidir com o Juventude, de Caxias do Sul, quem cairia
para a “Segundona” do ano seguinte. A S.E.R. São Gabriel chegou a essa situação
depois de ter escalado de forma irregular o jogador Saraco, numa partida contra
o São Borja e ter perdido os pontos.
Em jogo extra, realizado no Estádio dos Plátanos, em Santa Cruz do
Sul, o Juventude venceu por 3 X 1 e se manteve na Divisão Principal.
A S.E.R. São Gabriel começou o campeonato com este time: Ricardo -
Sérgio Vieira - Serginho - Caio Rocha e Miralha. Caio Flávio - Júnior (Paulo
Molina) e Saraco. Batista - Cigano e Betinho.
As boas atuações do centroavante Cigano chamaram a atenção de
vários clubes. Além de Internacional, Caxias e São Paulo, o Palmeiras também
mostrou interesse em contar com o goleador. O clube paulista estaria disposto a
pagar Cr$ 15 milhões por seu passe. Quem acabou ficando com Cigano foi o
Internacional, de Porto Alegre.
Depois disso a S.E.R. São Gabriel nunca mais disputou a Divisão
Principal do Campeonato Gaúcho. Andou sempre nas divisões inferiores e parando
em determinados momentos. O retorno a elite gaúcha só aconteceu em 2001 já com
a denominação de São Gabriel F.C.
Em 1988 os desportistas Rudyar Guarani de Bem e José Boneval
Nunes, tentaram levantar novamente o E.C. Cruzeiro. A intenção inicial era
disputar como amador, para depois de consolidado se tornar de novo
profissional.
Mas não deu certo. Chegou a participar do Campeonato Estadual da
categoria em 1988, tendo se sagrado campeão da Chave Fronteira. No ano seguinte
em razão de dificuldades financeiras, encerrou definitivamente as atividades.
No dia 26 de abril de 1992, num jogo entre S.E.R. São Gabriel X
Guarany, de Bagé, o hino do Rio Grande do Sul foi tocado pela primeira vez num
estádio de futebol.
O que poucas pessoas sabem é que a primeira pessoa a defender a
execução do Hino do Rio Grande do Sul, em jogos de futebol foi o
tradicionalista gabrielense, João Carlos Fagundes Cardoso, de saudosa memória.
Ele apresentou essa sugestão durante o 37º Congresso Tradicionalista, realizado
na cidade de Pelotas.
Em 1998, algumas semanas antes do início do campeonato assumiu a
presidência da S.E.R São Gabriel o coronel reformado do Exército, Pedro
Martino, que conseguiu apoio da prefeitura para cobrir os gastos com as
viagens.
No dia 13 de Outubro de 1998, depois de ficar inativo durante 32
anos o G.E. Gabrielense oficializou seu retorno aos gramados. Participou do Campeonato
da Segunda Divisão de 1999.
O time contratou jogadores experientes como o goleiro Jairo, ex-14
de Julho, de Livramento e Penãrol, de Montevidéu, Ronaldo Martins, também vindo
de Livramento, Luís Carlos Gaúcho, que brilhou no E.C. Pelotas e Márcio
Ferreira, vindo do próprio São Gabriel. Ao fim do campeonato o clube se
licenciou e não voltou mais as disputas oficiais.
No dia 13 de fevereiro de 1999 morreu o coronel Pedro Marins
Martino, presidente da S.E.R. São Gabriel. Com isso assumiu a presidência do
clube o desportista Roque Oscar Hermes.
Na tarde de 6 de novembro de 1999 a tragédia abateu o principal
jogador da S.E.R. São Gabriel. O atacante Ademir Vega, que teve uma breve
passagem pelo Internacional, de Porto Alegre, foi morto aos 25 anos com um tiro
no peito, desferido pelo policial militar José Henrique Siqueira de Oliveira,
com quem tinha uma rixa.
Nascido e criado em São Gabriel, Ademir Antunes dos Santos, nome
de batismo do jogador, era o craque do time e ídolo em sua terra natal. Era filho
de um ex-goleiro do futebol amador gabrielense, de apelido “Cabo Velho”, já
falecido.
O crime chocou e comoveu a comunidade gabrielense. O caso
repercutiu também em Bagé, onde o jogador era benquisto desde que atuou pelo
Grêmio Bagé.
Ao final de 2000 a S.E.R. São Gabriel mudou a denominação para São
Gabriel F.C. E com a desistência da S.E.R.C. Brasil, da cidade de Farroupilha,
ganhou o direito de disputar em 2001 a Série “B" do Campeonato Gaúcho,
denominada “Taça Doutor James Vidal".
Após 21 anos em divisões intermediárias, o futebol de São Gabriel
em 2001 voltou à Primeira Divisão do estadual gaúcho. O clube não era mais
S.E.R. São Gabriel, sim São Gabriel FC. O nome mudou, mas a estrutura continuou
a mesma.
A lista de jogadores contratados contou com o atacante João Pedro,
que jogou no América, do Rio de Janeiro e estava no Vitória de Setúbal,
Portugal; o centroavante Gustavo, que passou pela categoria de juniores do
Grêmio, pelo São Luiz de Ijuí, Bagé e por um time da terceira divisão da
Alemanha; Jeferson Alves, que veio do Esportivo, e três atletas do Grêmio – o
goleiro André, o quarto zagueiro Roberto e o volante Pansera, que chegou a ser
titular do tricolor da Capital, quando o time era treinado por Emerson Leão.
Time base: Goico (André), Elizeu, Aléx, Charles e Itaqui. Darzoni,
Ivanildo, Rondinha e Donizete. João Pedro e Fábio Petrolina. Técnico: Gilmar da
Luz Gasparoni (Suca).
Em 2002 o São Gabriel F.C. participou do Campeonato Brasileiro da
Série C. Foi o primeiro clube gabrielense a participar da competição. Ficou no
Grupo 16 ao lado de S.C. Ulbra (Canoas), G.E. Brasil (Pelotas) e Tubarão F.C.
(Tubarão-SC).
O time não foi bem. Não ganhou nenhum jogo, obteve apenas três
empates.
No “Gauchão” de 2002 o São Gabriel foi bem, sendo campeão do
primeiro turno. No segundo turno chegou em segundo lugar. Terminou a competição
em, terceiro lugar.
O time base era: André, Darzoni, Elizeu, Scharles e Roberto.
Ivanildo, Pansera, Itaqui e João Pedro (Donizete). Rondinha (Aléx) e Gustavo
(Canhão).
Em 2003 o São Gabriel F.C. fez uma campanha sensacional,
classificando-se para o quadrangular final, junto de 15 de Novembro, de Campo
Bom, S.C. Internacional (Porto Alegre) e E.C. Juventude (Caxias do Sul). Nas
semi-finais foi eliminado pelo Internacional.
Em 2004 o São Gabriel F.C. conquistou o seu 1º título, o Torneio
de Verão Cidade de São Gabriel.
E também disputou pela primeira vez a Copa do Brasil e fez bonito.
Na 1ª fase da competição eliminou o Figueirense F.C. (Florianópolis), clube
integrante da Série A do campeonato Brasileiro.
Na segunda fase, foi eliminado pela S.E. Palmeiras (São Paulo),
depois de ter vencido o primeiro jogo disputado no Estádio Sílvio de Faria
Corrêa, por 2 X 1. No jogo da volta, no Parque Antártica em São Paulo acabou
sendo eliminado da competição, perdendo por 4 X 0.
De qualquer maneira, o São Gabriel F.C. conseguiu projeção
nacional, aparecendo nos noticiários dos jornais, emissoras de rádio e
televisões de todo o Brasil. Os jogos do São Gabriel F.C. foram televisionados
ao vivo para todo o país.
No “Gauchão” 2004 uma campanha apenas razoável, não conseguindo
chegar as finais da competição. O time base tinha Altieri - Beto - Morelli e
Mano Paulista. Eliseu (Márcio Ferreira) - Ivanildo - Pansera - Clóvis e Itaqui.
Luciano Fonseca e Alê Meneses. -
O campeonato de 2005 não poderia ter sido pior para o São Gabriel
F.C.. Uma série de equívocos fez com que o time realizasse uma péssima campanha
e terminasse o ano rebaixado para a segunda divisão.
Nem uma histórica vitória sobre o Grêmio, em pleno Estádio
Olímpico, em Porto Alegre foi suficiente para evitar o desastre. Em casa, a
equipe deixou a desejar e foi presa fácil para muitos adversários. Com apenas 8
pontos ganhos em 36 disputados, 22% de aproveitamento, não tinha mesmo como se
salvar.
O time base tinha Márcio, Jorge Luis, Aléx, Fabiano e Marcelo
Xavie. Jonatan, Carlos Rogério, Luis Américo e Thales. Davi e Gustavo. Técnico:
Cacau.
Em 2006 o time foi eliminado na segunda fase. Na Série B de 2007
não conseguiu voltar a elite do futebol gaúcho.
Time base de 2007: Vagner - Emerson - Carlão - Leandro e Itaqui.
Cristiano Rio Pardinho - Bruno Ferro - Marcelo Xaxá e Marcelinho. Sinval e
Fabinho.
O clube ainda participou em 2007 da Copa Paulo Rogério Amoretty,
antiga Copa FGF, conquistando apenas três vitórias.
Na Série B de 2008 o time foi muito mal. Chegou a segunda fase da
competição, mas acabou na última colocação.
O ano de 2009 foi trágico para o futebol de São Gabriel. Com nova
direção, tendo na presidência o desportista André Petrarca, que fora
vice-presidente na gestão de Roque Oscar Hermes, o time realizou uma campanha
para ser esquecida.
Foi último colocado e só não aconteceu mais um rebaixamento,
porque não existia terceira divisão na época. Em razão de dificuldades
financeiras de toda ordem, ao final da competição o clube solicitou
licenciamento na FGF.
Em 2009, mais dois conhecidos desportistas gabrielenses faleceram:
Geraldo Edmir Vargas de Souza, que foi ativo dirigente do G.E. Gabrielense nas
décadas de 50 e 60 e Jorge Gomes, incentivador do futebol amador.
Os mais jovens talvez não saibam que em São Gabriel residiu um
ex-craque da dupla Grenal e de outros grandes clubes do futebol brasileiro, que
chegou até a brilhar no exterior.
Tratava-se de Jaime Vargas dos Santos, popularmente conhecido por
“Geada”, que morou na rua XV de Novembro, 326, no bairro Menino Jesus. Foi
casado com dona Maria Eunice, já falecida, e viveu de maneira pacata, gozando a
aposentadoria, participando de churrascos e outras festas no clube da Cohab (o
Bereci Macedo não gosta que chame assim), ou tomando parte em agradáveis
pescarias no rio Vacacaí, junto com amigos.
Sua carreira de futebolista teve início em 1942, nos juvenis do
Internacional, de Porto Alegre, tendo em seguida passado a profissional,
fazendo parte do famoso “rolo compressor”, embora na reserva da meia-esquerda,
sua posição, e somando títulos de campeão de Porto Alegre e do Estado, até 1948,
com o hepta campeonato.
Depois, transferiu-se para o Grêmio Portoalegrense, onde foi
titular absoluto, alcançando, talvez, um dos melhores momentos da profissão.
Lesionado em um dos joelhos, “Geada” esteve parado por algum tempo.
Quando retornou aos gramados, foi cedido ao Juventude, de Caxias
do Sul, atuando posteriormente em vários outros clubes, como a Ponte Preta, de
Campinas, o América, de Calli, na Colômbia, Juventus, de São Paulo, Batatais,
interior paulista e no Cruzeiro, de São Gabriel, trazido pelo saudoso dirigente
Dr. Vicente Astarita. No Rio Grande do Sul, “Geada”, ainda atuou pelo Cachoeira
F.C., de Cachoeira do Sul.
Frederico Humberto Fernandez Branca, ou simplesmente “Fernandez”,
ou “Castelhano”, foi um dos melhores goleiros que nosso futebol conheceu em
todos os tempos. Chegou a São Gabriel, por acaso, pois o trem em que viajava
descarrilou. E acabou sendo contratado pelo Cruzeiro local.
“Fernandez” aposentou-se como funcionário do Clube Caixeiral. Foi
uma das maiores glórias do futebol gabrielense. Era casado com dona Maria Cléia
Gomes Fernandez e pai de quatro filhos. Faleceu em 2001.
Não se pode esquecer de Airton Meireles Jacobsen, o “Aita”, que
nasceu em São Gabriel no dia 9 de junho de 1949. Habilidoso meia-esquerda
revelado pelo G.E. Gabrielense, transferiu-se para o Grêmio Portoalegrense onde
se profissionalizou.
muito linda matéria lembrando grandes feitos do futebol da terra dos marechais. só uma ressalva. o jogo citado Riograndense 1 X 0 SER São Gabriel que decidiu passagem para o Gauchão 1981. na verdade fora 3 X 1 á favor do Riograndense, no jogo de volta sim 2 X 0 SER São Gabriel. abraços.
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