Nos 16 anos que morei em São Gabriel aprendi a admirar o grande
amigo, doutor Dagoberto Focaccia, o mais antigo radialista da cidade, o decano,
como dizem. Talvez muitos não saibam que ele não é filho de São Gabriel, embora
diga que é a terra que mora no seu coração.
Eu sou um fã de carteirinha dele, para mim, um gênio da
radiofonia. É o homem dos sete instrumentos, também: é locutor comercial,
noticiarista, narrador de futebol, entrevistador, apresentador de programas
musicais, produtor e narrador de externas. E o que tiver pela frente. São quase
70 anos de carreira e uma enorme bagagem de conhecimentos.
E pasmem, Dagoberto já foi até dono de bar e restaurante em São
Gabriel. E mexe com o ramo imobiliário, com a sua “Galeria Rosinha”, bem ao
lado de sua casa.
Devo a ele a gentileza de um dia ter colocado o local a disposição
do G.E. Gabrielense, quando de seu retorno ao futebol profissional. Ali os
atletas de fora moraram, por alguns meses, sem que nada fosse cobrado.
“Dagô”, como é carinhosamente chamado pelos amigos, nasceu em
Pelotas, no dia 7 de maio de 1916. Filho do casal Matheus e Rosinha Focaccia,
que se conheceram e casaram na “Princesa do Sul”, onde moravam.
Depois, em São Gabriel, para onde se mudaram, Matheus foi
proprietário do Engenho Gabrielense, que marcou época na cidade. Eu consultei o
amigo Osório Santana Figueiredo, a respeito do Engenho Gabrielense, e ele
gentilmente me mandou a seguinte resposta:
Meu caro Nilo. Lembro de três engenhos de grande porte de
descascar arroz: o Santo Antônio, o velho. Tinha muita pena de um homem velho
que bombeava à mão a água para sustentar o locomóvel. Era à manivela e protegia
os joelhos com uns sacos de estopas sempre molhados.
Pobre velho. A água era de um açude que ficava, onde, hoje é o
pátio dos extintos engenhos. Ao lado tinha outro que chamavam de engenho novo.
Mais tarde passou todo aquele complexo a chamar-se Foccacia e Cia Ltda,
dirigido pelo seu Matheus Foccácia, pai do Dagoberto.
No outro lado dos trilhos ao chegar à cidade, havia o Engenho São
Sebastião, todo de zinco. Era tão lindo que parecia um monumento. Sem dúvida
uma beleza de construção.
Em dezembro de 1938 houve um incêndio à noite. Diziam que seu
proprietário mandara botar fogo para receber o seguro. Era comum na época em
São Gabriel.
Essa febre de incendiarem as firmas levou o nosso Ney Faria a por
nas “PIPOCAS”: "Em Lavras do Sul, certa manhã, chamou a atenção da
população um balde cheio de água em chamas no meio da rua.
Logo atenderam todos, mas ao chegarem lá notaram que o balde era
de São Gabriel, aí retiraram-se sem darem a menor importância". Esse local
é conhecido até hoje como o "Engenho queimado". Teve também outros
engenhos de menor importância, mas não lembro. Abraços. Osorio.
A mãe de Dagoberto pertencia a tradicional família Rusomano, de
Pelotas, a qual teve no grande jurista Mozart Victor Russomano, falecido em
Pelotas no dia 17 de outubro de 2010, aos 88 anos de idade, talvez o seu
principal nome.
Russomano era doutor em Direito do Trabalho pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, título que obteve em 1962, e também foi ministro
e presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
No ano de 1946 editou "A Sinfonia dos Pampas" (Echenique
& Cia - Pelotas), obra essa um poema de 10 páginas narrando em prosa o
cotidiano do povo gaúcho. Esta obra foi um ensaio literário herdado de seu pai
Victor Russomano.
Em 21 de junho de 2013, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª
Região inaugurou oficialmente as novas instalações do Fórum Trabalhista de
Manaus, o qual, em homenagem, leva o nome de Mozart Victor Russomano.
Dagoberto começou a carreira de radialista em 1948, na Agência
Gaúcha de Publicidade (AGP), que foi fundada em São Gabriel, por iniciativa dos
senhores Ernani Astarita Duarte e Moacyr Neves de Almeida. De lá “Dagô” foi
para a Rádio São Gabriel.
A primeira transmissão de futebol na emissora aconteceu em 26 de
novembro de 1951, no jogo G.E. Minuano 0 X 4 Riograndense, de Santa Maria, na
inauguração do Estádio da Caridade.
O jogo foi narrado por Rubem Pinto, que era o gerente da emissora,
tendo Conceição Ávila como comentarista e Dagoberto Focaccia no plantão.
Naquele tempo ainda não existia a figura do repórter de campo.
O fotógrafo e amigo José Carlos Conceição, que encontrei em uma
das minhas idas a São Gabriel “rezando” na ”igreja” do Marciano Bastos, frente
a Prefeitura, contou que uma das primeiras transmissões de futebol acontecidas
na cidade, foi de um jogo no campo da 13ª Companhia de Transmissões, hoje
Comunicações.
Não lembra quem jogou, apenas que o narrador foi o Osvaldo Nobre,
com reportagens de Dagoberto Focaccia. O saudoso Zenon Figueiró Martins era o
gerente da Rádio São Gabriel. Na técnica estava o também saudoso Gilberto Pires
Rodrigues.
A transmissão foi feita com o uso de uma estação-rádio do quartel,
modelo RAD 300, que mandava o som de lá para a rádio em freqüência alta. O
capitão Sena, que na época era rádio-amador disse que ouviu o jogo no Rio de
Janeiro, onde se encontrava.
O amigo Conceição também foi correspondente da Companhia
jornalística Caldas Júnior, em São Gabriel, por muitos anos.
Em 1960 Dagoberto formou-se em Direito, pela histórica Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Pelotas, tendo sido o orador da turma. No
período em que esteve na “Princesa do Sul”, fez parte da equipe de locutores
esportivos da Rádio Cultura, comandada por Petrucci Filho.
E teve a oportunidade de conhecer Paulo Gilberto Corrêa, o melhor
narrador de futebol que a Zona Sul do Estado conheceu em toda a sua história.
Dagoberto era da Rádio Cultura e Paulo Corrêa, da Pelotense, a mais antiga
emissora gaúcha e terceira fundada no Brasil. Paulo nos deixou em 2014.
Eu também tive a honra de conhecer Paulo Corrêa. Ao inicio dos
anos 60 ele foi para Rio Grande. E anos depois, eu também. Em meu blog
www.nilodiasreporter.blogspot.com escrevi um artigo sobre o radialista, que
está a disposição de todos. Acho que vale a pena conhecer alguns detalhes da
vida desse grande profissional.
Dagoberto no retorno a São Gabriel voltou também à Rádio São
Gabriel, onde durante muitos anos foi um dos principais locutores, tendo no
programa “Show da Noite”, seu carro-chefe. Também narrava futebol e apresentava
programas carnavalescos. Foi o criador de vários bordões que ficaram famosos.
Eu era ouvinte assíduo do “Show da Noite”. Dagoberto entrevistava
qualquer pessoa da cidade, não importando sua condição social, se era pobre ou
rico, branco ou preto.
Lembro de uma vez em que ele entrevistou o famoso “Cavaco”, e fez
uma pergunta quase inacreditável: “Você lembra quando foi a primeira vez”. Para
quem conheceu o personagem não é necessário qualquer explicação.
Sem a menor dúvida Dagoberto é até hoje o principal nome da
radiofonia gabrielense. Foi ele quem deu ao saudoso Domingos Rivas, o fundador
da S.E.R. São Gabriel o título honorífico de “Marechal do Futebol”.
Folclórico, criador de frases que certamente vão ficar para a
posteridade, sempre a procura de ingredientes novos para enriquecer suas
transmissões esportivas. Conhecia os familiares de quase todos os jogadores de
futebol da cidade. Dono da audiência mandava abraços e recados para seus fiéis
ouvintes.
Certa vez ele inovou nas transmissões do campeonato de Futsal da
cidade. A cada gol acontecido, ele chamava o seu repórter de quadra, o amigo
Mareque Junior e dizia: “Grita Mareque, grita”. O Mareque, com sua voz possante
e agradável enchia o “Chiapettão” com um sonoro grito de gol.
Lembro de um jogo no Silvio de Faria Corrêa, entre S.E.R. São
Gabriel e parece que contra o Cruzeiro, de Santiago, mas não tenho bem certeza.
O importante foi o que aconteceu. O repórter de campo, que vou
preferir não revelar o nome, de repente informou ao Dagoberto que havia entrado
um cachorro dentro do campo de jogo. E o nosso querido narrador não teve
dúvidas em perguntar, só para confundir o repórter: “Em lugar de quem”.
Seguiu-se um silêncio ensurdecedor.
Eu tive a satisfação de também ter atuado na tradicional Rádio São
Gabriel. Cheguei a fazer parte da equipe de esportes como comentarista, e
participei de transmissões de carnavais, eleições e outros eventos. E nos
sábados a tarde apresentei o programa “Nativismo”, com músicas de festivais.
Algumas vezes comentei jogos da S.E.R. São Gabriel, tendo o
Dagoberto como narrador. Foram experiências que jamais esquecerei, pois
constatei de perto que o “homem” realmente não tem competidor.
Foi Presidente do Gráfico F.C., da Associação São Gabriel de
Futebol e dos Conselhos Deliberativos da S.E.R. São Gabriel e G.E. Gabrielense.
Em 1975 concorreu a presidência da Federação Gaúcha de Futebol, enfrentando
nada mais, nada menos do que o poderoso Rubens Freire Hoffmeister.
Dagoberto sempre teve intensa participação na sociedade local, e
seu nome esteve ligado as principais entidades sociais e esportivas da cidade.
Foi presidente do Lions Clube São Gabriel por três vezes, inclusive no ano do
Cinquentenário. Dirigiu o Clube Comercial, em seus momentos de maior grandeza e
foi diretor social do saudoso presidente Helvécio Prates.
Desde 1982 Dagoberto é sócio e locutor da Rádio Batovi,
apresentando diariamente ao meio-dia o programa de avisos “Chasque da Amizade”,
com uma grande legião de ouvintes espalhados por todo interior do município.
Eu sempre que visito São Gabriel vou ao bar e mercearia do amigo
Djalma Munhos, no alto da XV de Novembro, e enquanto tomo umas e outras cevas
geladas, escuto por lá o “Chasque da Amizade”. O Dagoberto sempre tem uma
história divertida para contar, o que torna agradável de ouvir um programa que
teoricamente tinha tudo para ser chato.
Em meio aos recados para o interior do município, convites para
festas e quase intermináveis “reclames”, sempre os comentários do apresentador
feitos de forma inteligente, o que dá ao programa um equilíbrio indispensável.
De lambuja toca até hinos de times do futebol.
E foi lá que eu ouvi a historinha que segue, em meio a um festival
de avisos:
Muitos gabrielenses quando viajavam a Porto Alegre, costumavam
hospedar-se num hotelzinho pertencente a um comerciante de nome Vando, que
havia morado em São Gabriel. Certa ocasião, um senhor de muito prestígio em
nossa cidade foi a capital e hospedou-se no dito hotel.
Passado quase uma semana o hóspede não foi mais visto pelo
proprietário. Preocupado com a possibilidade de que houvesse acontecido alguma
coisa de ruim com ele, Vando abriu a porta do quarto com a chave reserva e para
sua surpresa encontrou um bilhete em cima da cama com estes dizeres: “Depois eu
te explico melhor”. Genial.
Lembro que o Dagoberto falava de um tal “Bar Balu”, do saudoso
Carlitos da Silva Leite, que ficava nos fundos do Colégio XV de Novembro e onde
havia uma mesa de bilhar. Contam que juntava gente só para ver as inesquecíveis
batalhas entre os saudosos Margus Condessa, o “Bula” e um tal de “Passarinho”
(não era o saudoso Heron Marques Rodrigues), eméritos jogadores.
Conheci o Carlos da Silva Leite, mas não cheguei a ouvir seu
programa radiofônico. O “Bula”, também conheci, morava bem pertinho da Sanga do
Cangica e era assíduo frequentador do “Bar do Tio”, que ficava bem em frente a
sua casa.
“Dagô” também lembrou do tempo em que o ônibus circular pertencia
a uma empresa chamada “Jardim da Serra”, que tinha apenas dois veículos, um
dirigido pelo seu Rubem e outro pelo seu Hélio. E se viajava para Santa Maria
pelo ônibus da empresa “Barin”, cujo motorista era o Eni.
Mas o que eu mais gostei foi a lembrança das missas dominicais na
Igreja Matriz, nos tempos do saudoso monsenhor Henrique Rech. O Dagoberto
contou que o religioso já estava bem velhinho e meio surdo, e quando alguém ia
se confessar tinha que gritar os pecados para ele ouvir e dar a penitência.
E todas as pessoas que estavam na Igreja ouviam. Dizem as más
línguas que tinha gente que ia ao templo só para ouvir os pecados dos outros e
depois sair a espalhar pela cidade.
Eu e o Dagoberto éramos amigos e clientes do saudoso João Carlos
Batista, o popular “Babão”, um dos mais antigos barbeiros de nossa cidade. Em
uma das minhas visitas a São Gabriel fui visitá-lo na barbearia junto ao prédio
da antiga Proletária, quando tivemos a oportunidade de conversar sobre futebol
e política, dois de seus assuntos favoritos.
Ele recém havia chegado de Porto Alegre, onde esteve
hospitalizado, e mostrava-se otimista quanto a recuperação da saúde.
Infelizmente, tudo correu de maneira diferente. Casualmente, também o Dagoberto
foi visita-lo quase no mesmo momento. E o papo se prolongou agradavelmente por
um razoável tempo.
Eu conheci muito bem o “Babão”, pois nos tempos em que o velho
prédio da Proletária serviu de concentração e moradia para os jogadores do G.E.
Gabrielense, por bondade do saudoso Jorge Arraché, firmamos uma sólida amizade.
Sou testemunha de que ele era dono de um coração de ouro. Quem chegava em sua barbearia
em busca de ajuda, com certeza não saia de mãos vazias.
Pouca gente sabe, mas era ele quem garantia um teto e muitas vezes
alimentação para o “Boca”, essa figura popular e querida, conhecida de todos
nós. Mesmo após a morte de “Babão”, sua família cuida dele, dando-lhe morada e
alimentação.
Outros dois amigos comuns, João Nunes, o “Muquica”, figura
popularíssima na cidade e Homero Moura, ex-funcionário da Prefeitura. Os dois
se foram deixando muita saudade. Uma curiosidade: eu fiquei sabendo no mesmo
dia da morte do Homero, por gentileza do amigo Paulo Bolívar Nascimento que me
enviou um recado pelo Orkut.
E o Dagoberto soube por uma coluna que eu mantinha em um jornal na
cidade. O Homero eu via seguidamente na Mercearia do Djalma. E o Muquica eu costumava
visitar na sua sapataria. O Dagoberto dedicou um bom espaço em sua coluna “As
10 mais”, sobre a partida dos dois.
Sei que o “Dagô” vai ficar feliz, ao saber que a Maria Betânia
Ferreira, a “Mulata do Ataíde” lhe mandou um abraço carinhoso. Ela leu no meu
blog “Viva São Gabriel”, um artigo que escrevi sobre o Dagoberto, com foto e
tudo.
E mandou dizer que o doutor Dagoberto Focaccia, queridíssima
pessoa da sua história foi um grande amigo de seu pai, Ataíde Ferreira, diretor
da emissora e meu conterrâneo de Dom Pedrito.
E completou: “Foi exatamente como nesta foto que ele ficou e
continua na minha memória. Se ele ler este comentário, aqui fica um abraço
apertado da Maria Betânia, a "Mulata" do Ataíde, agora vivendo na
França, e que ainda hoje falou no Dagoberto com o Renato Rosa pela Internet”.
Uma das histórias mais assombrosas que se conhece em São Gabriel,
é a do assassinato da prostituta uruguaia Maria Isabel Hornos, a “Guapa”,
segundo se sabe, a mando de uma mulher ciumenta, pertencente a mais alta
sociedade da cidade, naqueles tempos de antanho.
Divergência sobre o crime só há uma. O historiador Osório Santana
Figueiredo, afirma que o assassino atirou em Maria Isabel escondido atrás de
cortinas, e o advogado e pesquisador Dagoberto Focaccia, fervoroso devoto, diz
que os disparos vieram da rua.
O doutor “Dagô” costuma ir ao cemitério local para colocar velas
no túmulo de “Guapa”. E conta que as pessoas costumam pedir a ela que o amor
não acabe, seja eterno.
Passado quase um século de sua morte, “Guapa” é unanimidade em São
Gabriel. Há absoluto respeito por ela. Em seu túmulo, no Cemitério Municipal, e
na capela ali construída, estão dezenas de placas de agradecimento por graças e
curas, além de incontáveis oferendas: anéis e pulseiras, batom, peças de
vestuário, vestidos de noiva que são muitas vezes furtados porque as portas
permanecem abertas.
Dagoberto esteve sempre presente nos momentos mais marcantes da
vida da cidade. Quando foi entregue ao Museu Nossa Senhora do Rosário, a antiga
“Igreja do Galo”, uma réplica em fibra de vidro do “Galo Missioneiro”,
desaparecido anos atrás, lá estava ele, como um dos principais responsáveis
pelo momento histórico.
O médico Manoel Francisco Macedo, entusiasta da cultura local,
patrocinou a construção do “Galo”, que foi uma iniciativa do Movimento Cultural
de Resgate, criado pelos irmãos Gustavo e Amilcar Varella, contando com a
colaboração da ativista cultural Maria Angélica Rey Buere, da advogada Liane
Chaves e de Everson Dornelles, Rodrigo João Ramalho, Erico Dornelles, Jussara
de Bem Barbosa, Alceu Varella, o jornalista Marcelo Ribeiro, entre outros.
O radialista Dagoberto Focaccia foi sempre um dos maiores
divulgadores da história do “Galo”, sendo que por várias vezes, falou sobre sua
busca e onde poderia estar. Na condição de pesquisador, explicou que o “Galo”
foi trazido da Europa por volta do início do Século XVI, e levado às reduções
jesuíticas nas Missões.
E foi trazido de lá em 1805, pelo Marechal João de Deus Menna
Barreto, e roubado no dia 11 de setembro de 1985 do alto da nave da Igreja, que
seria demolida parcialmente logo após.
Em 2009 o tradicional “Bloco da Geni”, a mais popular entidade
carnavalesca da cidade prestou uma justa homenagem ao grande radialista, com o
samba-enredo de autoria de Marcel da Cohab, Markinhus Muleke e Brenner: “Dagoberto
Focaccia, o bam-bam-bam da comunicação. Tá certo, então!"
Sacode minha cidade que é só felicidade/A multidão está feliz/É
Dagô, (Dagô) é Dagoberto/No carnaval da Geni/Imperatriz (refrão)/Cheia de
alegria/Geni chegou pra cantar mestre Dagô/“No ping, no pong, no pong, no
ping”/A emoção/O carnaval sua paixão/A Zona Norte o consagrou um campeão/No
rádio é capacidade e competência/O “bambambam” é referência/Uma história de
respeito e valor/Alô cidade, interior!/O “Chasque da Amizade”/No “Show da Noite”,
uma lembrança, uma saudade/Sucesso, interatividade/À família dedicação e muito
amor/O comentário irreverente das coisas da nossa gente/Eu tô na área, eu tô/Tá
certo então/É Dagoberto Foccacia a voz do cidadão/É um colosso, é fenomenal/É
Dagoberto em “Ritmo de Carnaval” (bis)/Um homem querido e respeitado/Jornalista
e advogado/Na roda de amigos o mais exaltado/Adorado em todo lugar/“Aqui, ali,
acolá”/No futebol grito de gol pode vibrar/Na Terra dos Marechais entre os dez
tu és o mais/O povo gabrielense ama você!!!
Em outro samba enredo, "A era das comunicações. De lá pra cá
tudo mudou, daqui pra lá, como será que vai ficar?", de Jukinha do Império
e Marcel da Cohab, para a “Escola de Samba Império da Zona Norte”, Dagoberto
também foi lembrado nesse verso:
De lá pra cá tudo mudou/Daqui pra lá como será que vai ficar (como
será?)/“Dagô”, da gosto de ver/Nossas imagens refletidas na tevê (bis)!!!
Em 2010 Dagoberto foi homenageado pela Liga de Futsal. O campeão
municipal da Série B recebeu a “Taça Doutor Dagoberto Focaccia” das mãos do
próprio homenageado.
Em 2011, Dagoberto foi um dos homenageados pelo tradicionalista
Evaristo de Oliveira, quando das comemorações dos 27 anos de seu programa
“Rodeio na Querência”, apresentado por ele e sua filha Elizandre Obaldia na
Rádio São Gabriel.
Ainda em 2011, depois que lancei o livro “100 anos de futebol em
São Gabriel”, com satisfação li o que o doutor Dagoberto escreveu em sua
coluna, “As 10 mais de Dagoberto Focaccia”, a mais lida entre todos os jornais
da cidade:
“Colosso. Sim, colossal, maravilhoso e espetacular o livro “100
Anos do Futebol em São Gabriel”, de autoria do escritor e jornalista NILO
DIAS”.
Em 2013, o doutor “Dagô”, por sua atuação como produtor rural, foi
um dos homenageados pelo Sindicato Rural de São Gabriel, por ocasião de sua 79ª
Exposição Feira.
Ainda em 2013, Dagoberto deu um grande susto aos seus familiares e
amigos. Foi durante a entrega do “Troféu Arcanjo”. No momento em que o
secretário de Transportes, Lizandro Cavalheiro, se dirigia para receber o seu
troféu, “Dagô”, que também seria homenageado, sentiu-se mal devido a pressão
alta, tendo uma convulsão no local, o que assustou a todos. Lizandro, inclusive
optou por não receber mais o troféu naquela noite, devido ao abalo.
A organização retomou o evento, após diversas reuniões com os
homenageados e, depois da confirmação do médico Giancarlo Bina, de que
"Dagô" estava na CTI e não corria risco de vida, porém, só foi feita
a entrega da premiação sem a leitura dos currículos do restante dos
homenageados.
Em 2015, a senhora Ana Maria Focaccia, esposa de Dagoberto,
recebeu o “Troféu Dona Quimquim”, entregue durante o “Baile da 81ª Exposição
Feira de São Gabriel”, por sua colaboração com o agronegócio e também com a
comunidade gabrielense. Ela é presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer.
Dagoberto e Ana Maria tem três filhos, o produtor rural André, a
professora Anna Martha e a jornalista Ana Rita.
No dia 7 de maio, Dagoberto completou 80 anos de idade, coisa que
Deus reservou para muito poucos. “Dagô” é um deles, pois fez sempre da vida um
aprendizado que se renova a cada ano. Nunca fez mal a ninguém, muito pelo
contrário, é uma daquelas pessoas que a gente costuma dizer que é do bem.
Dagoberto, acompanhado de toda a família foi comemorar os 80 anos
em Rivera, Uruguai. Foi um final de semana feliz, de muita alegria. Mas ao
retorno a São Gabriel, um susto enorme. O que já acontecera em 2013, se
repetiu.
Teve um mal súbito, e foi imediatamente encaminhado a Santa Casa.
E na quarta-feira, 11, foi levado para Porto Alegre, onde passou por uma
bateria de exames. Os familiares sabem que de agora em diante terão cuidados
redobrados com o nosso “rei do rádio”. Mas tudo vai dar certo.
Nada melhor que terminar esta homenagem ao nosso querido doutor
Dagoberto Frederico Russomano Focaccia, com uma declaração de respeito, de
admiração, de reconhecimento e de amor de sua filha Ana Rita:
Nilo, não esquece de colocar aquela foto dele menino com a mala
(1938), letrinha da mãe dele, chegando em São Gabriel. É muito simbólica, e tem
um significado todo especial para ele, Para nós a família? Nem preciso te
dizer.
Benza a Deus eu sou filha dele. Pois o amo muito. Desde já quero
te agradecer por tudo, pois homenagear quem ainda faz história, tem imenso
valor. Homenagem em vida. Feita por um amigo dele. Isso não tem preço. Tem
VALOR. E eterna gratidão
Eu fico só imaginando o título que vais dar a história de quem faz
história. Meu pai, meu amor, minha vida. Meu querido, meu velho, meu amigo,
sempre canto para ele (em silencio), para ele não se emocionar, mas eu canto e
choro em silêncio de amor e de orgulho.
Meu pai, meu amante da vida e do que a vida dá. Eu sou louca por
ele, amigo. Eu amo ter um pai como ele, que conhece da vida as alegrias, as
dores, a "noite" que ele sempre amou e sempre tratou com respeito e
carinho, as "farras", as pessoas.
E, por conhecedor da noite e ativo participante, sempre se fez e
se tornou amigo de todos e de todas. Um sábio. E um exemplo para mim que sempre
soube de tudo, pois me ensinou, nas entrelinhas, o que significa respeito e
consideração. (Eu? Acho que aprendi amigo). (Texto e Pesquisa: Nilo Dias - Matéria publicada no jornal "O Fato", de São Gabriel (RS), edição de 20 de maio de 2016))
Ao ler este post hoje, me bateu uma saudade danada desta cidade chamada S.Gabriel, minha terra natal. O que foi descrito pelo autor, retrata exatamente o que julgo Eu, todos sentem quando se fala de nossa cidade (saudade e admiração)e principalmente a lembrança destas pessoas como: Dagoberto,Babão, Passarinho,Boca,Mukika e muitos outros. Quem não lembra dos programas radiofónicos do Dagoberto? Realmente foi uma lembrança muito bacana. Agradecido pelo post e você foi extremamente feliz com a escolha do assunto. Sou natural de Sao Gabriel e hoje moro em Caxias do sul. Ops. a lembrança da figura do "Cavaco"é um espetáculo.
ResponderExcluirUm grande abraço.