qual foi um dos maiores vultos.
Ele foi promovido a general contra sua vontade. Com o fim
de evitar essa promoção escreveu uma carta a Uchoa Cintra, onde dizia: “Isso é
completamente de meu desagrado, pois a recompensa que espero de meus serviços é
que me deixem sossegado logo que se conclua a guerra, e que não se conte comigo
nem para inspetor de quarteirão”.
Terminada a luta foi residir em São Gabriel, mas teve de
atender ao chamado do governo imperial em 1851. Foi-lhe então confiado o
comando da 12ª Brigada de Exército, organizada pelo Conde de Caxias.
Em fins de 1864 foi organizada uma divisão sob as ordens
de Canabarro, e coube-lhe o comando da 2ª Brigada dessa divisão. Passou depois
a comandar esta, em substituição de Canabarro.
Uma noite no acampamento, deitado sobre as costas,
despertou com um peso no estômago. Era uma grande serpente que, enrodilhada,
parecia adormecida. Não se moveu. Chamou o ordenança e pediu que pegasse um
tição e o aproximasse da cobra. Isso feito a cobra, diante do fogo, saiu
devagar.
Feita a paz em 1845, pagou todas as contas feitas no
período de guerra, não querendo que o Império as pagasse. Para isso, vendeu a
Fazenda e recomeçou a vida como tropeiro. E quando faleceu em São Gabriel não
havia no seu rancho, um lençol sequer para cobrir o seu corpo.
O historiador Osório Santana Figueiredo conheceu o
sargento Nogueira, que ele denominou de “relíquia do 9º RCB”, que morava em uma
chácara, localizada na saída da cidade para a BR-290, na esquina que dobra para
ir ao quartel da Brigada Militar.
Quando o ex-prefeito Sampaio Marques Luz, de saudosa
memória, abriu aquela rua, a chácara não era mais do sargento Nogueira, um
homem muito direito que não gostava de ser chamado de herói.
Na Guerra do Paraguai, a força de que fazia parte estava
em posição de combate, num lugar plano e não sabiam onde estava a linha inimiga
à frente. O na época soldado Nogueira, montou um cavalo xucro e este começou a
velhaquear, e de repente rebentou uma rédea e o animal disparou rumo a zona
perigosa. E ele não tinha como sujeitá-lo.
O inimigo que estava entrincheirado abriu fogo contra
ele. E foi tal o tiroteio que o animal assustado voltou ao acampamento. Lá
chegando foi recebido como herói, por ter descoberto as linhas inimigas e
promovido a sargento. E como tal foi reformado.
Pena que não se saiba mais nada a respeito do sargento,
se deixou familiares e nem mesmo quando morreu. Certamente merecia pesquisas
mais aprofundadas sobre sua vida.
Rodrigo José da Rocha nasceu em São Gabriel no dia 5 de
abril de 1846. Entrou para a Escola da Marinha em 1862 e concluiu o curso em
1964. Em 1865, seguiu para o Rio da Prata, a fim de tomar parte na guerra com o
Estado do Uruguai.
Quando lá chegou, já a cidade de Paissandu havia caído em
nosso poder, apesar da heróica resistência de Leandro Gomes. Assistiu,
entretanto, ao sítio de Montevidéu, sob as ordens do Marques de Tamandaré.
Concluída essa campanha com a paz de 20 de fevereiro de
1865 seguiu para o rio Paraná, fazendo parte da esquadra que ali imortalizou o
nome brasileiro. Durante a Guerra do Paraguai, entrou em diversos combates,
distinguindo-se sempre pela coragem e sangue frio, tantas vezes posto à prova,
diante dos mais sérios perigos.
Terminada esta luta, onde a esquadra nacional representou
proeminente papel, foi incumbido do despenho de diversas missões delicadas, não
só no país como no estrangeiro,servindo sempre a contento do governo.
Era um oficial de Marinha completo e inteligente, bravo e
instruído. Anos depois o ilustre patriota teve um fim trágico, acabando seus
dias na catástrofe do couraçado "Aquidabãn", na enseada de
Jacuecanga, perto de Angra dos Reis (RJ) ocorrido no dia 22 de janeiro de 1906,
quando explodiu o paiol da pólvora. A embarcação naufragou em três minutos.
Pereceram o almirante Rodrigo Rocha , Cândido Brasil e
Calheiros da Graça e mais 192 homens da tripulação.
O general de brigada Osvaldo Mena Barreto nasceu em São
Gabriel, no dia 13 de setembro de 1901 e faleceu em 1969. Oficial do Exército,
ainda tenente participou da Revolução de 1930 no Rio de Janeiro. Teve atuação
também na Revolução Constitucionalista de São Paulo, em 1932.
A sua unidade deveria combater os revoltosos, mas ele
passou para o outro lado. Posteriormente foi preso, posto em liberdade em 1934
e anistiado. Coronel em 1951, foi promovido a "General de Brigada" a
9 de abril de 1956, passando para a reserva remunerada, a seu pedido.
Serviu em Dom Pedrito, Rio Pardo, Bagé, São Gabriel e nos
"Dragões da Independência", no Rio de Janeiro. Era casado com a prima
Florinda Menna Monclaro, com quem teve três filhos: Leda Monclaro Mena Barreto,
Leony Monclaro Menna Barreto e José Luis Monclaro Menna Barreto.
Luis Gonçalves das Chagas, o “Barão de Candiota”, nasceu
em Herval (RS), provavelmente em 1815 e faleceu em Porto Alegre, em 1894. Era
filho de Luis Gonçalves de Ávila e Perpétua Francisca das Chagas, de cuja união
tiveram os filhos Januário Gonçalves das Chagas e Maria Luisa Victorino dos
Santos.
Estancieiro e militar farroupilha casou com sua prima Ana
Ávila. Foi proprietário de grandes extensões de terras em São Gabriel, Bagé e
Santa Maria. Chagas lutou na Guerra dos Farrapos pelo lado republicano.
Participou da primeira grande vitória dos rebeldes, a “Batalha do Seival”,
ocorrida em 10 de setembro de 1836, nas proximidades de uma de suas estâncias,
no atual município de Candiota.
Em 1865, Chagas forneceu a escolta do Imperador Pedro II
em sua visita ao Rio Grande do Sul por ocasião da Guerra do Paraguai. Por seus
serviços ao Brasil durante o conflito, foi agraciado por Pedro II com o título
de “Barão de Candiota”, em 20 de março de 1875.
Antônio de Sampaio nasceu em 24 de maio de 1810, na
cidade de Tamboril, estado do Ceará. Cedo revelou interesse pela carreira
militar. Foi praça em 1830; alferes em 1839; tenente em 1839; capitão em 1843;
major em 1852; tenente-coronel em 1855; coronel em 1861 e brigadeiro em 1865.
Entre outras campanhas, esteve na Guerra dos Farrapos,
entre 1844-1845, no Combate à Oribe (Uruguai), em 1851; No Combate à Monte
Caseros (Argentina), em 1852; Tomada do Paissandu (Uruguai), em 1864; e Guerra
da Tríplice Aliança (Paraguai), 1866. Foi condecorado por seis vezes, no
período de 1852 a 1865, por Dom Pedro II, então Imperador do Brasil.
Recebeu três ferimentos na data do seu aniversário, 24 de
maio, na “Batalha de Tuiuti”, em 1866. O primeiro, por granada, gangrenou-lhe a
coxa direita; os outros dois foram nas costas. Faleceu a bordo do vapor
hospital “Eponina”, em 6 de julho de 1866, quando do seu transporte para Buenos
Aires.
Por sua exponencial bravura, foi consagrado Patrono da
Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Em fins de 1855, recebeu a Medalha
da Campanha de 1851/52 e, por merecimento, foi promovido a tenente-coronel,
sendo classificado no 6° Batalhão de Infantaria, sediado na então Vila de São
Gabriel.
No ano seguinte, foi distinguido com a “Ordem de São
Bento de Avis”, no grau de Cavaleiro e em 1858 foi promovido a “Comendador da
Imperial Ordem da Rosa”. Em meados de 1859, deixava Sampaio o Rio Grande do
Sul.
Mas teve de regressar logo em seguida ao Estado, para
reassumir o comando do 6° Batalhão, em São Gabriel e, interinamente, o Comando
da 2a Brigada, da guarnição e da fronteira, com Quartel-General em Bagé.
Entre os caudilhos maragatos de 1893, não se pode
esquecer do coronel José Serafim de Castilhos, conhecido na paz e na guerra
pelo apelido de "Juca Tigre". Era um gaúcho de São Gabriel, nascido a
24 de maio de 1844, filho de Constantino e Francisca Xavier de Castilhos.
Sabe-se que era robusto, troncudo, de estatura acima da
mediana, usava barba inteira, à moda da Monarquia. Dotado de energia invulgar,
era violento na ação, mas generoso ao extremo.
A alcunha de "Juca Tigre" teria sido recebida
ainda no colégio da cidade quando cursava as primeiras letras. Durante o regime
monárquico, José Serafim de Castilhos ocupou o cargo de delegado de Polícia em
São Gabriel. Em junho de 1892, com o retorno do castilhismo ao poder estadual,
teve de entregar o cargo.
Então voltou para Bagé, onde Joca Tavares pensava em
resistir e estabelecer um governo federalista. “Juca Tigre" saiu a campo
com 400 acaudilhados no início de 1893, armados e municiados por conta dele
mesmo, deixando ordens na sua estância para "auxiliar todo aquele que
fosse para as fileiras maragatas”.
Daí por diante fez praticamente toda a campanha
revolucionária de 93-95, tornando-se o signatário dos principais manifestos do
chamado Exército Libertador em marcha. “Juca Tigre" participou como um dos
chefes do Exército Libertador até o Paraná, seguindo a liderança militar de
Gumercindo Saraiva.
Quando tentavam passar o rio em caminho de Palmas, as
forças de "Juca Tigre" foram batidas pelo inimigo. O revés da coluna
de "Juca Tigre" deu-se juntamente com a morte de Gumercindo Saraiva
no Corovi, em agosto de 1894.
“Juca Tigre", ao fim da guerra, não deixou nada
escrito sobre sua visão do conflito e de seu ostracismo político. Nesse clima
"Juca Tigre" retornou para São Gabriel, reencontrou a mulher,
Amabília Porto de Castilhos, que tinha ficado cuidando dos bens da família
juntamente com os cinco filhos do casal. A partir de seu retorno não teve praticamente
nada de eventos de conotação pública na política, de que ele tenha participado.
“Juca Tigre” morreu em São Gabriel no dia 1 de abril de
1903, dentro de um ostracismo político. Mas passados muitos anos de sua morte,
tem seu nome ligado aos caudilhos que lutaram por conta e risco, na busca de
seus ideais.
São Gabriel teve importante participação na “Revolução
Farroupilha”. Em 15 de março de 1841, Giuseppe e Anita Garibaldi chegaram à
cidade, onde ficaram por algum tempo no novo acampamento farroupilha.
O próprio Garibaldi, com auxílio de alguns de seus
marinheiros construiu uma cabana, para nela abrigar sua família. Foi em solo
gabrielense, que em 1841, Giuseppe Garibaldi acertou com Bento Gonçalves a sua
dispensa das fileiras Farroupilhas.
E em pagamento por seus quatro anos de serviço, recebeu
900 cabeças de gado. O herói italiano pretendia retomar as suas atividades
embarcado, ou quanto muito, fixar-se junto a um Porto, onde pudesse conviver
com o mar, a sua grande paixão de navegador.
Estava encerrada a participação de Anita e de seu
companheiro Giuseppe Garibaldi na Revolução Farroupilha. No Uruguai Garibaldi
lecionou Matemática. E nasceram mais filhos. Regularizou a união com Anita, e
vivenciou freqüentes momentos de estrema miséria, em função de seu idealismo.
Comandou a esquadra uruguaia contra a esquadra de Rosas,
sendo completamente batido. Depois comandou uma divisão de voluntários
italianos, em Montevidéu. Após 14 anos na América, retornou à Itália. Por lá,
combateu, venceu e perdeu a sua Anita. E abortou mais uma vez o seu projeto de
unificar a Itália. E mais uma vez o exílio: Gibraltar, África, Estados Unidos,
América Central e Peru.
A República Rio-Grandense foi dissolvida em 1 de março de
1845, pelo “Tratado de Poncho Verde”. Teve ao todo cinco capitais oficiais
durante os seus nove anos de existência: Piratini, Caçapava do Sul, Alegrete,
São Gabriel e São Borja. Bagé foi capital somente por duas semanas. Os seus
presidentes foram Bento Gonçalves e Gomes Jardim. (Pesquisa: Nilo Dias - Parte
final na próxima edição)
Antes de ser
Presidente da República, em 1927, Eurico Gaspar Dutra, no posto de major, foi
subcomandante do 9º RCI, em São Gabriel..
Nenhum comentário:
Postar um comentário