terça-feira, 13 de junho de 2017

*Fronteira Agreste, um livro polêmico

Boa Noite Sr. Nilo Dias. Meu nome é Rodrigo Lucca, sou gabrielense morando fora de minha querida terra há bastante tempo, assim como vários conterrâneos que por diversos motivos deixaram nosso município.

Mesmo morando longe de São Gabriel há muitos anos, tenho o hábito de ler sobre o que está acontecendo em nossa cidade, pelos meios de comunicação que estão disponíveis na Internet.
 Acompanho seus textos periodicamente, admiro seus estudos e seu empenho em resgatar a história não só do nosso município, mas de todo nosso Estado.

Em sua postagem do dia 10/06/2017, intitulada de “Fronteira Agreste: Um Livro Polêmico”, no primeiro paragrafo tive uma grata surpresa, o senhor escrevia sobre um saudoso amigo o Ênio Lucca, e logo em seguida falava nos seus também amigos Flávio, Zé e Pico. Pois bem, sou o neto mais velho do seu Ênio, consequentemente sobrinho dos demais citados em seu texto.

 Lendo suas palavras sobre ele, senti uma nostalgia enorme em recordá-lo da maneira na qual o senhor descreveu meu querido avô.

Remeteu em minha lembrança a figura de um homem muito bem informado para sua época, nunca abria mão da leitura diária dos seus jornais, uma pessoa que possuía diversas habilidades, era marceneiro e carpinteiro, a mãe falava na minha adolescência que nos carnavais era ele quem ajudava a construir e montar os carros alegóricos dos clubes para os desfiles de suas rainhas.

Pedreiro, juntamente com seus filhos ergueu sua casa na rua Major Faeco, no Bairro Siqueira. Eletricista, ofício este repassado aos filhos Pico e Flávio, que hoje mantem uma oficina que durante muitos anos ficava na Rua General Marques, quase na esquina do Distribuidor de Bebidas Bergamo, que inclusive são seus parentes.

Até onde sei, árbitro auxiliar de futebol, o famoso bandeirinha ele também foi, enfim era um cidadão versátil (rsrs).

Era também um apaixonado pela pesca. É desta época que tenho a lembrança do senhor como um grande parceiro do meu avô e dos meus tios. Se não me falha e memória o senhor também participou da diretoria da Sociedade Esportiva e Recreativa São Gabriel, juntamente com meu tio Zé Lucca e do saudoso Domingos Rivas.

Durante a leitura de seu artigo, fiquei imaginando meu avô nos dias de hoje, com a quantidade de informação que possuímos e a velocidade com que tudo acontece. Fico pensando que ele em seu “Brizolismo”, iria ver o quanto estava correto este senhor, que em minha humilde opinião foi um dos maiores injustiçados de nossa história, quando não teve a oportunidade de governar esse gigante e hoje infelizmente desgovernado País.

Se bem que, pensando melhor, os culpados fomos nós, povo, que não sei por quais motivos não lhe concedemos essa oportunidade.

Trabalho em uma instituição de ensino e tenho certeza que se meu avô estivesse entre nós neste momento conturbado, com tanta falta de caráter, de princípios éticos e políticos, com tamanha carência de verdadeiras lideranças e total descrédito em nossos representantes, citaria alguma frase do senhor Leonel Brizola.

Por fim, agradeço as palavras sobre nossa família, especialmente pela lembrança de meu avô, referência fundamental para todos nós que tivemos a oportunidade de conviver com ele. Verdadeiras amizades estão cada vez mais escassas.

E me sinto muito orgulhoso em saber que meu avô foi um grande amigo seu. Desejo-lhe muitos e muitos anos de vida, para que possa continuar nos contando mais de nossas origens, assim nos fazendo entender um pouco melhor nossa história.

Abaixo deixo um pequeno trecho de Leonel Brizola, talvez esse seja um dos tantos que seu Ênio iria nos lembrar:

“A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados. A Violência é fruto da falta de educação. Venho e volto do campo e os bois são os mesmos: não mudam de caráter. Já os homens...“

Vida longa Sr. Nilo Dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário