sexta-feira, 16 de março de 2018

Um gabrielense no mundo das artes

São Gabriel é uma terra que sempre produziu talentos em todas as esferas. Enumerar a todos seria tarefa difícil e exigiria longa pesquisa. Os mais conhecidos são aqueles que dão nomes às principais ruas e praças da cidade.

Alguns nem são filhos de São Gabriel, mas moraram e fizeram algo pela cidade. O certo é que nomes como João Baptista Mascarenhas de Morais, Laurindo Lopes Nunes, Fernando Abbott, Joaquim Francisco de Assis Brasil, José Plácido de Castro, Hermes Rodrigues da Fonseca e Celestino Lopes Cavalheiro, entre outros são os mais lembrados e admirados.

Falar de todos os gabrielenses que alcançaram sucesso, além desses, certamente exigiria um trabalho do tamanho de uma extensa lista telefônica.

Por esta coluna no jornal “O Fato” já tive a oportunidade de destacar muita gente. E estou sempre à procura de outros valores que não sejam tão conhecidos na cidade, mas que nem por isso tenham menor importância. E ao resgatar esses nomes, espero que São Gabriel lhes dê o merecido reconhecimento.

Há pessoas que brilharam e brilham em outras plagas, mas pouca gente sabe que são naturais de São Gabriel. É que saíram muito cedo daqui, perdendo o contato com a terra. É o caso do respeitado marchand Renato Rosa, que hoje vive no Rio de Janeiro e é destacado nacionalmente por seu grande talento.

Renato Rosa trabalha em uma das mais reconhecidas casas de leilão do Brasil: a “Bolsa de Arte”, fundada em 1971, em Ipanema, e que baliza o mercado de arte nacional. Além de marchand (compra e vende obras de arte), é pesquisador e editor do jornal cultural “O Paralelo”.

CARREIRA COMEÇOU EM 1971

Natural de São Gabriel, o galerista iniciou o trabalho com arte no teatro como ator, produtor e divulgador, entre os anos de 1963 e 1971.

A partir de 1968, começou a se dedicar às artes plásticas, envolvimento que se mantém até hoje. Na década de 1980, foi convidado para substituir um colunista no jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre. Desde então, registrou o perfil de artistas e escreveu textos sobre arte para veículos de comunicação.

Renato Rosa é coautor do ”Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul”. No ano seguinte ao lançamento da publicação, recebeu o “Prêmio Açorianos de Literatura 1998 - Categoria Especial”, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.

A obra oferece mais de 1.700 verbetes sobre artistas e profissionais da arte no Estado ou que nele viveram, espaços, instituições, além de cerca de 540 fotografias coloridas e em preto e branco.

O conjunto de verbetes é precedido por artigos dos autores, comentando o cenário artístico local, e por apresentações de Antônio Hohlfeldt, Aldo Obino, Moacyr Scliar e Jacob Klintowitz.

As orelhas são assinadas por Danilo Ucha e Paulo Klein. A obra também foi pioneira na criação de exposições temáticas em galerias particulares, numa época em que os museus tinham muita dificuldade de realizar este tipo de evento.

Renato escreveu, e ainda escreve, para diversos jornais perfilando artistas plásticos para “Zero Hora”, “O Exemplar”, “Jornal da Noite”, “Jornal do Brasil”, onde o seu amigo, o hoje badalado Ricardo Boechat, lhe deu a capa do “Segundo Caderno”, ainda quando era impresso, e outros mais.

Em entrevista a jornalista, atriz, fotógrafa, produtora de teatro e psicóloga Ivete Brandalise, Renato falou sobre a situação dos artistas gaúchos no mercado. Disse que é possível encontrar jovens entre 28 e 30 anos, participando de exposições em Londres e Nova York.

A INFÂNCIA EM SÃO GABRIEL

Atendendo um pedido meu, o artista revelou aspectos de sua vida. Confirmou que é filho de São Gabriel, onde nasceu em 13 de fevereiro de 1946. Ficou na cidade até 1956, quando aos 10 anos de idade foi morar em Porto Alegre.

Considera São Gabriel uma boa referência da infância muito feliz que viveu e da qual guarda as melhores recordações. Veio ao mundo em uma casa na rua Coronel Sezefredo, 1166, esquina com a Plácido de Castro, a uma quadra da Praça Fernando Abott.

Renato relata que consta na escritura da casa onde morou, que a sua tataravó, neta de escravos libertos, a adquiriu pagando alguns contos de réis, mais uma cabra, alguns móveis e coisas similares.

Ela teria vindo do Uruguai e entrado no Rio Grande do Sul - não eram fugitivos - por Sant'Anna do Livramento com uma carroça grande e carregada de móveis.

Sabe que foi uma das primeiras crianças na família, dizem que muito levada e mimada. Quebrava quase tudo. Nem um conjunto de chá em porcelana casca de ovo, com fundo alaranjado e a figura de um dragão aplicada, verdadeira obra de arte, trazida por sua tataravó, escapou.

Renato era com certeza uma criança levada da breca, “um verdadeiro demônio”, no dito familiar. E desde pequeno mostrava um enorme desespero para aprender a ler.

Quando Renato entrou para o Colégio Menna Barreto, já sabia ler, escrever, somar e dividir, coisas que aprendeu com a dona Rosinha Focaccia, avó da proprietária deste jornal, a amiga Ana Rita. Em síntese, possuía noção de muita coisa aos sete anos de idade. Por isso era alvo de ciúmes dos colegas de classe.

Suas professoras no Menna Barreto chamavam-se Valquíria e Gislaine. Esta, hoje mora em Porto Alegre. Eram moças que vieram de Bagé para lecionar em São Gabriel. Tinha também a professora Glacy Maiora, com quem conviveu em Porto Alegre.

Para avivar memórias, Renato conta que a pessoa mais conhecida da sua família na cidade era o seu tio Vando Santos da Rosa, que jogou futebol num time de São Gabriel e era alfaiate.

AMIGOS DE INFÂNCIA

Dos amigos que cultivou na infância, lembra de Luís Augusto Chagas Faria, Pedrinho e Gastão Wallauer, os três já falecidos. Também de Pedro Paulo Trindade, Henrique Wagner de Abreu Kluwe e “Dudu”, que hoje é importante médico em Porto Alegre.

O nome dele nem Renato e eu sabemos, mas com certeza é neto de Homero Costa, o saudoso “Saporiti”. E ainda de Toly Azambuja, que depois casou com a filha do Lamaison Porto. Era vizinho de quadra.

Diz guardar boa memória da cidade. Gosta de dizer que o rio Vacacaí ainda corre em suas veias, uma maneira singela e simbólica de dizer que jamais esqueceu o lugar onde nasceu.

A última vez que esteve em São Gabriel foi para visitar o padrinho, Francisco Alves de Miranda, o “Chiquinho”, que é militar da Reserva e primo da sua mãe.

Na ocasião visitou a Igreja do Galo e viu a bela restauração que fizeram. O Dagoberto pegou Renato e a sua mãe e saíram num longo “sigth seen” pela cidade.

Renato pediu para parar e entrou na igreja. Aquela quadra onde fica o agora Museu, foi muito significativa na sua infância. Brincava com o amigo Luís Fernando Machado, cuja casa é quase ao lado. Muito pulou o gradil lateral com outro amigo, Pedro Paulo Trindade, para “roubarem” coquinho. Coisas de guris.

Sobre personagens da cidade que tem sua admiração, cita o doutor Dagoberto Focaccia, que era muito amigo da sua mãe, Dona Frida. Conta que se criou praticamente na casa dos Focaccia, pois vivia por lá todo o tempo que podia. Também lembra bem do seu Mateus Focaccia, marido de dona Rosinha e pai de Dagoberto, que ele considerava uma pessoa bem humorada.

O seu lugar preferido na casa era o quarto da "Siá Ângela”, a senhora que foi babá de Dagoberto. Por lá ficava lendo e folheando pilhas de revistas, como “O Cruzeiro”, “Alterosa”, “O Mundo Ilustrado” e “Seleções do Reader’s Digest”, entre outras.

Depois que aprendeu a ler “engolia” quase que desesperadamente, tudo que aparecesse a sua frente, graças à insistência de dona Rosinha. Através da revista “O Cruzeiro” foi que descobriu as ilustrações assombrosas de Portinari, Di Cavalcanti, Santa Rosa, Clóvis Graciano, Bianco e tantos outros.

A MADRINHA QUE SE TORNOU FAMOSA

A dona Rosinha tinha uma sobrinha de nome Hedy, que foi a madrinha de batismo de Renato e amiga de infância de sua mãe. O batismo foi na Igreja Matriz de São Gabriel, aos cuidados do Monsenhor Henrique Rech, que a turma chamava carinhosamente de “Mons".

A importância da “madrinha Hedy” na vida de Renato foi grande. Até o seu nome foi escolhido por ela, Sérgio Renato, que na sua concepção seria um nome bom para galã de rádio novela. E foi registrado assim. Mas com o passar do tempo ele próprio abandonou o Sergio, preferindo ficar apenas com o Renato.

Hedy era natural de Bagé, das famílias Severgnini e Russomano, sobrinha da dona Rosinha Focaccia, pessoa considerada por Renato uma grande figura humana. Quando garota a família a colocou para estudar em um famoso colégio de moças existente em Santa Maria.

Dai as viagens frequentes a São Gabriel. Nessas ocasiões ela e dona Frida, mãe de Renato, passeavam muito pela Praça Fernando Abott. Eram amigas de muito tempo. Graças a essa amizade é que Hedy foi convidada a batizar Renato.

Não havia muita coisa para fazer na cidade, nos idos de 1950. Quase tudo se resumia aos passeios na praça e assistir a saída da Missa na Igreja Matriz.

Conta que ficou impressionado com a beleza loira da madrinha, que tocava piano e cantava. Nunca esqueceu a música que era de autoria dela e que ouviu apenas uma vez. Chamava-se "Já não tenho teu beijo". Era assim: "Já não tenho teu beijo, teu calor, teu abraço. Pra fingir que não sofro, passo os dias chorando a cantar e não consigo te esquecer...".

Depois Hedy foi morar no Rio de Janeiro, e de lá escrevia, mandava cartas e postais para Renato, jurando que o levaria para lá. Queria que ele estudasse e se formasse oficial pela Academia de Agulhas Negras. E que viesse a morar com ela.

Renato confessa que isso o fascinava, mas ao mesmo tempo também assustava e não atendeu o convite. O marido da madrinha era militar e, segundo diz Renato, “estava politicamente em outra fronteira” (anos 60, dá para entender?).

A última vez que falou com ela foi em 1966, quando esteve no Rio de Janeiro para assistir a peça "Quem tem medo de Virginia Woolf", com Cacilda Becker. Depois soube que a madrinha saíra do Rio de Janeiro para morar em Resende. E acabou perdendo o contato, até que em 2008, conversou com Igor, filho dela, quando soube de seu falecimento ocorrido em 2006.

Hedy Maia tornou-se famosa escritora no Rio de Janeiro, sendo a autora da novela "A cabana do Pai Tomás", adaptação do romance homônimo de Harriet Beecher Stowe, sobre uma historia do movimento abolicionista nos Estados Unidos da América. A série foi exibida em preto e branco, na extinta TV Tupi. E depois foi a primeira novela a ser levada ao ar pela Rede Globo.

Tentei achar a biografia de Hedy Maia. Procurei por tudo que é lugar, mas nada encontrei. Renato me disse que recentemente foi editado um livro, em dois volumes, que conta a história da televisão brasileira. E que talvez lá conste dados biográficos da sua madrinha. Ela foi pioneira na Rede Globo, mas se sabe que muitos arquivos da emissora foram perdidos em um incêndio nos anos 70.

Logo que Renato foi morar no Rio de Janeiro, em 2000, se tornou amigo da atriz Ruth de Souza, protagonista da novela que sua madrinha escreveu e deu alguma notícia dela. Hedy foi pintora na maturidade e dentre tantas coisas que fez, no tempo áureo do rádio escrevia para a Rádio Nacional e adaptou incontáveis “vaudevilles” para a atriz Dercy Gonçalves.

UM FÃ DE ÂNGELA MARIA

Uma curiosidade na vida de Renato, que merece ser contada. Sempre foi um fã da cantora Ângela Maria. Quando tinha 10 anos tirou uma foto na vitrine da “Casa Beethoven”, em plena Galeria Chaves, em Porto Alegre, por causa dela. Havia um fotógrafo na Galeria que se oferecia para fotografar todo o mundo que por lá passava. Ele tinha um fio quilométrico e acendia uma luz sobre quem passava. E assim ele registrava na pose escolhida.

Renato confessa que sempre adorou a cantora Ângela Maria, que considera a maior interprete brasileira antes de Elis Regina. A foto que Renato tirou na Galeria, queria mandar para São Gabriel, a uma amiga de infância da sua mãe, uma pessoa que ele gostava demais e que também era admiradora da cantora.

Inês Trindade, era seu nome, amiga de dona Frida, que morava em casa vizinha a de Renato, na rua Coronel Sezefredo. E faleceu muito cedo, algo em torno de 24 anos, vitimada pela tuberculose. Sabe que muitas pessoas da família da moça morreram assim. Parecia que havia uma epidemia da doença na época. E o fato é que Renato tem consigo a foto até hoje.

Uma tia de Renato era casada com o advogado Agripino de Araújo, que tinha uma banca advocatícia em Porto Alegre, na qual Renato trabalhou como boy em 1965. Depois, no início de 1970, trabalhou com Lurdes Eloy.

E também me disse, ao saber que moro em Brasília, que aqui na Capital residem dois grandes amigos seus, José Vicente Ferrari, companheiro de juventude, e a mulher dele, Cláudia Safatle, jornalista de renome no meio. José Vicente foi por duas vezes, prefeito de sua terra natal, São José do Norte.

O dia que Renato fez o seu mapa astral, o astrólogo Antônio Carlos “Bola” Harres, que atendia quase todos os atores globais, previu uma série de coisas. E duas delas lhe chamaram a atenção: sua vida se desenrolaria longe de Porto Alegre, e tudo o que tivesse que fazer em termos de arte com o seu trabalho se daria longe de São Gabriel.

UMA IMPORTANTE OBRA

Voltando ao fato mais relevante de sua vida, o de ser coautor do "Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul", a obra teve duas edições esgotadas sob o selo da Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Além disso, foi premiada na Categoria Especial do Troféu Açorianos em Porto Alegre, e também mereceu lançamento e exposição coletiva de artistas em Haia, na Embaixada Brasileira. Ainda foi lançado em Paris, na Embaixada Brasileira na programação "Lire en fête".

A carreira de Renato Rosa é notável. Tal trajetória inclui estágio em 1971, na “Petite Galerie”, do marchand italiano Franco Terranova, no Rio de Janeiro. Em 1977 foi a vez de estagiar em Paris na “Galerie L'Oeil de Boeuf”, da marchand Cérès Franco, uma bageense que vive na França desde 1963. Ela possui o título de “Chevalier des Arts” e é ate hoje amiga de Renato.

A sua exposição pioneira aconteceu em 1969 no Círculo Social Israelita, em Porto Alegre, quando foram expostas fotografias dos mais importantes fotógrafos profissionais das redações dos jornais “Folha da Tarde” e “Zero Hora” sendo as estrelas do setor Assis Hoffmann e o novato Leonid Streliev. A mostra chamava-se "Diafragma 11". O título indicava o número de participantes.

A partir de 1969, atendendo solicitação do jornalista Armando Burd, como editor, passou a publicar perfis de artistas plásticos em “Zero Hora”. E ainda diversos contos no “Caderno de Cultura”, com ilustrações assinadas por Henrique Fuhro, Magliani, Léo Dexheimer e outros...

Em 1972, dirigiu uma galeria chamada “Cyclo”, tendo sido inaugurada retumbantemente com desenhos e pinturas de Juarez Machado.

A seguir foi a vez da Galeria do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Seção RS, desde 1974 até 1979, quando no auge levou o famoso pintor ítalo-brasileiro, Alfredo Volpi, considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo, ao vivo e a cores. Em seguida foi a vez da Galeria Independência espaço próprio no centro comercial do mesmo nome.

Depois, o Espaço Cultural Yazigi e em paralelo nos anos 83/84 a Galeria de Arte do Clube do Comércio. E, finalmente, a Agência de Arte, em período mais fértil e a cidade mais amadurecida, quando levou o amigo Siron Franco, artista plástico reconhecido no Brasil e exterior.

DESTAQUE EM PORTO ALEGRE

Renato Rosa recebeu duas valiosas honrarias, a “Medalha Cidade de Porto Alegre” e o “Diploma da Cidade de Porto Alegre”, ambas concedidas a personalidades que se destacaram de alguma forma na “Capital dos Gaúchos”, por indicações de seu amigo e colega de geração, José Fogaça.

Recentemente, os amigos de Renato Rosa estiveram reunidos com ele, em Porto Alegre, na cobertura de Itamara Stockinger e Francisco Antônio Stockinger – onde se destaca variada e bem escolhida coleção de arte. O grupo comemorou antecipadamente o aniversário do conhecido marchand gabrielense, cuja data oficial coincidiu com a terça- feira de Carnaval.

Um delicioso cardápio foi servido na ocasião, com destaque para o salmão preparado com maestria e supervisão de Tuta Nascimento, acompanhado por excelentes molhos. Pura leveza.

Por lá estavam as atrizes Sandra Dani e Lurdes Eloy, com seus respectivos maridos, Luiz Paulo Vasconcellos e Carlos Cunha. Ainda Silvana Goss, o cirurgião plástico Renato Viera, sua esposa, a psicóloga Silvana Goss, o médico Cláudio Sebenelo, ex-vereador e sua esposa, a psicóloga Sônia Martins, Carla Strassburger e Gilberto Dieterich. Depois todos cantaram o parabéns a você. (Texto: Nilo Dias - Matéria publicada no jornal "O Fato", de São Gabriel-RS, em sua edição de 14 de Março de 2018) 

2 comentários:

  1. Meu nome é Ilton Rocha moro em Porto Alegre, fui criado em São Gabriel pelo Pedro Paulo Trindade,até meus 18 anos de idade, soube no ano passado que ele faleceu ,parabéns ao Sr Renato por lembrar de sua infância e em sua memória lembrar do Pedro, zagueiro do Olaria, amigo também do Tu pan e dos irmãos Lauro e Mauro, Deus o abençoe

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