terça-feira, 17 de abril de 2018

Abraço de urso

Em 1981, eu trabalhava na Rádio Batovi, que tinha na direção o amigo Paulo Gilberto Hoher. A emisora tinha sido fundada há pouco tempo, e ainda dentro das festividades alusivas ao evento, foi marcado um show do cantor nativista Dante Ramón Ledesma, no antigo Cine Vitória.

O Paulo Gilberto Hoher, que era amigo do cantor, resolveu homenageá-lo com uma churrasco, na sede do antigo Clube de Diretores Lojistas (CDL), hoje Câmara de Diretores Lojistas, na rua Barão de São Gabriel.

O pessoal da rádio foi todo assistir o show. Só eu fiquei para preparar o churrasco. Chovia muito e eu me esbaldei a tomar caipirinha. O churrasco ficou bom, mas eu nem tanto assim. Quando a turma chegou do show eu dei um abraço no Dante Ramón Ledesma, que estava vestido todo de branco. 

Minhas mãos, pretas de carvão ficaram estampadas em suas costas. O Dante estava acompanhado da esposa e nós tivemos de fazer “gato” e “sapato” para não deixá-lo de costas para ela.

A festa terminou e eles foram embora para o hotel. E eu não quero nem pensar no que aconteceu por lá, quando ele retirou o casaco branco e se deparou com aqueles dedos pretos de carvão, gravados em suas costas. Foi um autêntico abraço de “urso”. Acontece.


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