terça-feira, 7 de agosto de 2012

Dom Pedro II em São Gabriel

*Após a pacificação do Rio Grande do Sul, o Imperador Dom Pedro II manifestou o desejo de visitar a província belicosa, afim de tomar contato como seu governo e ouvir a sua gente, na recuperação da sua terra, flagelada por dez anos de lutas sangrentas.

Queria conhecer o homem riograndense, na sua autenticidade e no seu habitat. A 21 de novembro de 1845, chegava Dom Pedro a Porto Alegre. A 1° de janeiro de 1846, entrava na vila de Rio Pardo e a 13 chegava a São Gabriel, recebido com ruidosas manifestações de júbilo popular, com muitas festas e saraus familiares.

Aqui passou hospedado no sobrado da praça, que foi construído em 1826, por Francisco José de Carvalho. Mesmo sofrendo várias reformas, mantém até hoje a fachada austera de evocações memoráveis. No mesmo dia em que chegou, Dom Pedro assistiu a Missa na Igreja do Galo. Em 30 de agosto de 1865, o imperador esteve novamente em São Gabriel, e outra vez assistiu Missa no velho templo.

Ouvimos de muitos antigos que, durante a permanência de Dom Pedro II na Freguesia de São Gabriel, lhe foi oferecida uma festa campeira na "Estância da Caieira". Era desejo do Imperador ver o homem gaúcho integrado ao seu trabalho diário, confiando na segurança que a paz da província estava oferecendo a todos.
Na "Caieira", a gauchada da época ofereceu-lhe uma festança que o deixou maravilhado. Gineteadas de bagual aporreado, tiros de laço os mais diversos, feitos com graça e elegância em porfias arrebatadoras; pealos a pé e a cavalo, realizados por exímios mestres das cavalgadas de então e outras proezas,que encantaram o monarca.

Houve trovas e desafios, cantos de décimas ao som da viola, e por fim recitaram versos em sua homenagem. Quando visitava as obras da Igreja Matriz, em construção, ficou impressionado pelo arrojo dos que tiveram a iniciativa tão grande de tal empreendimento.

Prometeu uma verba de dois contos de réis para continuarem os trabalhos e cumpriu com fidelidade o prometido. A 8 de janeiro de 1847, o presidente da Assembléia Provincial comunicava à Câmara de Vereadores desta vila que havia destinado a importância de três contos de réis às obras da Igreja Matriz, postos à disposição do Legislativo Gabrielense em Porto Alegre, juntamente com a doação feita pelo Imperador Dom PedroII.

Um cronista, que se assinava João Martins Cardoso, escreveu, romanceado: “Quando deixavam só o Imperador, divertia-se tirando vistas do panorama sorridente que com doces enlevos o faziam exclamar: ‘Como é bela essa paisagem!’”. (Fonte: Matéria assinada pelo historiador Osório Santana Figueiredo, publicada no jornal "O Fato", de São Gabriel)

Dom Pedro II em sua visita a São Gabriel.

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