Mas sua carreira começou mesmo em 7 de dezembro de 1941, quando narrou, pelas ondas da Gaúcha, o ataque japonês a Pearl Harbour, durante a 2a. Guerra. Apresentou, na Rádio Farroupilha, o Grande Jornal Falado Farroupilha, ao lado de Ruy Figueira.
No final de 1942, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde, a partir de 1944, transformou-se no locutor mais famoso do Repórter Esso, permanecendo no programa por dezoito anos.
Entre os fatos narrados por sua voz estão o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros, a chegada do homem à Lua e a queda da bomba atômica sobre Hiroshima.
Possuía uma leitura cadenciada e com pausas, além de uma ótima memória fotográfica. Estagiou durante três anos nas grandes redes de TV americanas. A partir de 1972, se tornou comentarista do Jornal Nacional, da Rede Globo.
Quando transferiu-se para a televisão fez um regime para perder 20 quilos, mudou o guarda-roupa e o corte do cabelo, tudo para aprimorar o visual. Também ligava para as embaixadas a fim de confirmar a pronúncia de nomes estrangeiros e retificar os textos entregues pelos redatores para que ele os apresentasse da forma mais correta possível.
Durante o período em que trabalhou no Repórter Esso, Heron levantava-se às 6h45min e voltava para casa à 1h30min da madrugada. No período em que foi locutor do noticiário, houve no país dez presidentes da república.
Durante a 2a Guerra, dormia na Nacional com um fone no ouvido, diretamente ligado à UPI. Quando havia uma notícia importante, eles o despertavam, e ele mesmo colocava a emissora no ar e transmitia a notícia.
Para o fim da guerra, preparou uma audição especial do Esso, em que a notícia seria dada fundida com o repicar de sinos. Com medo de se emocionar muito diante do microfone, gravou antes o início da transmissão:
"Atenção! Atenção! Acabou a guerra". A notícia foi ao ar às onze horas da manhã do dia 7 de maio de 1945. O famoso radialista faleceu aos 50 anos de idade, vitimado por um enfarto, em 9 de agosto de 1974, poucas horas depois de transmitir no Jornal Nacional o dramático discurso de renúncia do Presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon. (Fonte: Núcleo de Pesquisa Histórica Benedito Saldanha)
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