quarta-feira, 4 de março de 2015

Os primeiros colonizadores

*A existência de povoamento nos idos tempos, mesmo antes da fundação do povoado de Félix de Azara em 1800, nos contrafortes do Cerro do Batovi, já é matéria superada e pacífica. O conspícuo escritor gabrielense general Ptolomeu de Assis Brasil, no seu livro “A Batalha do Caiboaté”, situado no ano de 1756, escreveu:

“Antes de atingirem o pouso desse dia, uma légua antes do rio, encontraram quatro ranchos de palha, um dos quais servia de Capela e tinha paredes de pau a pique revestidas de couro, pintado por dentro com uma tênue mão de cal, porta ao poente”.

Por antigos documentos pode-se verificar que a partir de 1789 começaram as doações, senão antes, nas sesmarias de campos e matos da região de São Gabriel, anotando-se os colonizadores abaixo relacionados:

Antônio Gomes Torres, em 26 de junho de 1791, com terras em Babiraquá; Antônio da Costa, em 2 de julho de 1791, com terras no Rincão de Santa Catarina e em Caiboaté;  Caetano Barcelos Barreto, em 20 de fevereiro de 1791, no Salso; Ambrósio José de Freitas, em 20 de dezembro de 1789, em Babiraquá;  Alexandre Elóy Portelly, em 27 de março de 1792, em Babiraquá; Bernardino Henrique Samorim, em 26 de março de 1792, em Vacacaí; Constantino José Pinto, em 5 de junho de 1792, em Vacacaí; Lucas Fernandes da Costa, em 17 de agosto de 1793, no Mudador;

Manoel Inácio Henriques, em 25 de novembro de 1791, em Vacacaí; Alexandre Manoel da Cunha e Souza, capitão de Cavalaria Auxiliar, em 1791, em nome de um filho menor, José da Cunha e Souza, em Salso; Domingos Rodrigues Nunes, requereu campos em Bocacay uma lagoa de fundo e légua e meia de frente, distante três léguas de Raias Portuguesas. Em 11 de fevereiro de 1795; João de Faria Rosa, em Rincão dos Touros, Vacacaí e Arroio do Salso, em 7 de junho de 1796; Francisco Carneiro de Figueiredo Sarmento, em Vacacaí, em 2 de junho de 1801;

João Nepomuceno de Carvalho Prates, em Vacacaí e Arroio do Salso, em 7 de junho de 1805. Fora antes concedida a José Constantino Lobo Botelho; Brígido Joaquim Thomásio de Sampaio, em Vacacaí, em 25 de fevereiro de 1807; João Guilherme Jacques, registrado em Rio Pardo em 15 de janeiro de 1811. Confronta pelo Norte com Batoby (Batoví), pelo Sul com durasnal denominado de Santo Ângelo; pelo Leste, com um capão que vai desaguar em Batoby e pelo Oeste com uns capões. Conta duas léguas de frente e uma de fundo; Maria Alves Trilha. Ao Norte, terras de Antônio Alves Trilha; ao Sul, com um banhado que divide com Antônio Francisco Ferreira; a Leste, com a Coxilha Grande de São Simão; a Oeste, com o rio Santa Maria. Três léguas por uma. Registrada em Rio Pardo, em 3 de julho de 1811.

Manoel Luiz da Cunha e Thimóteo José da Cunha, em Coxilha de Caigoaté (Caiboaté). Ao Norte, por uma vertente que nasce da Coxilha com duas restingas de matos, e por um salçal que desagua em um banhado que divide Caigoaté Mirim e com uma vertente que vai desaguar defronte  de um capão de mato que está em um banhado e vai desaguar no arroio Cassequi (Cacequi) e segue por onde se divide com Balthazar Antônio Pinto, seguindo uma vertente que nasce na Coxilha e vai desaguar por um lado no banhado Jacaré, e pelo outro no arroio Cassequi. Registrada em Rio Pardo, e  20 de junho de 1811.

José Martins de Oliveira, sexto avô de Celso Ernesto Schroeder, vindo de São Paulo, e estabelecendo-se em terras deste município no ano de 1788, requerendo mais tarde a posse das mesmas ao Conde de Rezende, Vice-rei do Brasil. Este, depois de consultar a Câmara do Continente de Rio Grande do São Pedro, o provedor da Fazenda Real e o governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara, atendeu-o em carta de sesmaria de 18 de outubro de 1798. Essa doação foi confirmada pelo Príncipe Regente Dom João, em nome da Rainha Maria I, em 19 de junho de 1804.

Nessa mesma época obtiveram concessões mais os seguintes estancieiros: Francisco Antônio de Bittencourt, Francisco das Chagas Santos, Francisco Machado da Silveira, Isidoro Xavier Ramos, Inácio Veloso da Fontoura, José Maria Corrêa Vasques, João Ferreira de Oliveira, Joaquim Tomaz de Andrade, Pedro José Corrêa da Câmara, Teodoro Lopes de Carvalho, Timóteo Lemos do Amaral, Antônio Alves Trilha, Antônio da Silva Neves, Baltasar Pinto de Aguiar, Bento José Martins, Camila Martins de Menezes, Fortunato Francisco da Silva, Francisco Xavier César, José da Cruz Albernaz, Manoel Gomes de Camargo, Maria Inácia da Puresa, José Maria Gama Lobo D’Eça, João Alves de Faria, Clemente Ferreira Bica, João da Rocha e Souza, Manoel Martins Pinto, José Machado Fagundes de Bitencourt, João de Deus Menna Barreto e o padre João de Almeida Pereira.

Por esses antigos assentamentos, a região era conhecida antes da instalação de São Gabriel, o que os fatos comprovaram amplamente. As terras doadas ficavam situadas nos lugares denominados Sesmaria do Bocacahy, ou ainda por Sesmaria do Batoby, ou Batovy. (Fonte: Livro: “São Gabriel na História”, de autoria do historiador Aristóteles Vaz de Carvalho e Silva).

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