*A existência de povoamento nos idos tempos, mesmo antes
da fundação do povoado de Félix de Azara em 1800, nos contrafortes do Cerro do
Batovi, já é matéria superada e pacífica. O conspícuo escritor gabrielense
general Ptolomeu de Assis Brasil, no seu livro “A Batalha do Caiboaté”, situado
no ano de 1756, escreveu:
“Antes de atingirem o pouso desse dia, uma légua antes do
rio, encontraram quatro ranchos de palha, um dos quais servia de Capela e tinha
paredes de pau a pique revestidas de couro, pintado por dentro com uma tênue
mão de cal, porta ao poente”.
Por antigos documentos pode-se verificar que a partir de
1789 começaram as doações, senão antes, nas sesmarias de campos e matos da
região de São Gabriel, anotando-se os colonizadores abaixo relacionados:
Antônio Gomes Torres, em 26 de junho de 1791, com terras
em Babiraquá; Antônio da Costa, em 2 de julho de 1791, com terras no Rincão de
Santa Catarina e em Caiboaté; Caetano
Barcelos Barreto, em 20 de fevereiro de 1791, no Salso; Ambrósio José de
Freitas, em 20 de dezembro de 1789, em Babiraquá; Alexandre Elóy Portelly, em 27 de março de
1792, em Babiraquá; Bernardino Henrique Samorim, em 26 de março de 1792, em
Vacacaí; Constantino José Pinto, em 5 de junho de 1792, em Vacacaí; Lucas
Fernandes da Costa, em 17 de agosto de 1793, no Mudador;
Manoel Inácio Henriques, em 25 de novembro de 1791, em
Vacacaí; Alexandre Manoel da Cunha e Souza, capitão de Cavalaria Auxiliar, em
1791, em nome de um filho menor, José da Cunha e Souza, em Salso; Domingos
Rodrigues Nunes, requereu campos em Bocacay uma lagoa de fundo e légua e meia
de frente, distante três léguas de Raias Portuguesas. Em 11 de fevereiro de
1795; João de Faria Rosa, em Rincão dos Touros, Vacacaí e Arroio do Salso, em 7
de junho de 1796; Francisco Carneiro de Figueiredo Sarmento, em Vacacaí, em 2
de junho de 1801;
João Nepomuceno de Carvalho Prates, em Vacacaí e Arroio
do Salso, em 7 de junho de 1805. Fora antes concedida a José Constantino Lobo
Botelho; Brígido Joaquim Thomásio de Sampaio, em Vacacaí, em 25 de fevereiro de
1807; João Guilherme Jacques, registrado em Rio Pardo em 15 de janeiro de 1811.
Confronta pelo Norte com Batoby (Batoví), pelo Sul com durasnal denominado de
Santo Ângelo; pelo Leste, com um capão que vai desaguar em Batoby e pelo Oeste
com uns capões. Conta duas léguas de frente e uma de fundo; Maria Alves Trilha.
Ao Norte, terras de Antônio Alves Trilha; ao Sul, com um banhado que divide com
Antônio Francisco Ferreira; a Leste, com a Coxilha Grande de São Simão; a
Oeste, com o rio Santa Maria. Três léguas por uma. Registrada em Rio Pardo, em
3 de julho de 1811.
Manoel Luiz da Cunha e Thimóteo José da Cunha, em Coxilha
de Caigoaté (Caiboaté). Ao Norte, por uma vertente que nasce da Coxilha com
duas restingas de matos, e por um salçal que desagua em um banhado que divide
Caigoaté Mirim e com uma vertente que vai desaguar defronte de um capão de mato que está em um banhado e
vai desaguar no arroio Cassequi (Cacequi) e segue por onde se divide com
Balthazar Antônio Pinto, seguindo uma vertente que nasce na Coxilha e vai desaguar
por um lado no banhado Jacaré, e pelo outro no arroio Cassequi. Registrada em
Rio Pardo, e 20 de junho de 1811.
José Martins de Oliveira, sexto avô de Celso Ernesto
Schroeder, vindo de São Paulo, e estabelecendo-se em terras deste município no
ano de 1788, requerendo mais tarde a posse das mesmas ao Conde de Rezende,
Vice-rei do Brasil. Este, depois de consultar a Câmara do Continente de Rio
Grande do São Pedro, o provedor da Fazenda Real e o governador Sebastião Xavier
da Veiga Cabral da Câmara, atendeu-o em carta de sesmaria de 18 de outubro de
1798. Essa doação foi confirmada pelo Príncipe Regente Dom João, em nome da Rainha
Maria I, em 19 de junho de 1804.
Nessa mesma época obtiveram concessões mais os seguintes
estancieiros: Francisco Antônio de Bittencourt, Francisco das Chagas Santos,
Francisco Machado da Silveira, Isidoro Xavier Ramos, Inácio Veloso da Fontoura,
José Maria Corrêa Vasques, João Ferreira de Oliveira, Joaquim Tomaz de Andrade,
Pedro José Corrêa da Câmara, Teodoro Lopes de Carvalho, Timóteo Lemos do
Amaral, Antônio Alves Trilha, Antônio da Silva Neves, Baltasar Pinto de Aguiar,
Bento José Martins, Camila Martins de Menezes, Fortunato Francisco da Silva, Francisco
Xavier César, José da Cruz Albernaz, Manoel Gomes de Camargo, Maria Inácia da
Puresa, José Maria Gama Lobo D’Eça, João Alves de Faria, Clemente Ferreira
Bica, João da Rocha e Souza, Manoel Martins Pinto, José Machado Fagundes de
Bitencourt, João de Deus Menna Barreto e o padre João de Almeida Pereira.
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