Segundo o saudoso escritor gabrielense, Celso Schoereder,
em 11 de novembro de 1835, foi baixada proibição, a bem da salubridade pública,
de inumar-se cadáveres no antigo cemitério, sendo designado local para outro,
fora da povoação.
A ata então lavrada, foi firmada pelo cura da capela, padre
Joaquim Ribeiro de Andrade e Silva, pelo juiz de paz Camilo Maria de Menezes,
escrivão Luiz dos Santos Luges, Florentino de Deus Machado, Fidélis Nepomuceno
Prates Filho, Zeferino Teixeira de Carvaho e Tomaz Ferreira Vale Filho.
O antigo cemitério, era instalado, desde a fundação da
povoação em 1815, junto à Igreja, popularmente conhecida por “Igreja do Galo”,
prolongando-se até a esquina fronteira a Praça da Matriz, hoje Doutor Fernando
Abbott. Confrontando-o, existe ainda o prédio junto à Hidráulica, que foi utilizado
em 1835, pelos Farroupilhas, como hospital de sangue.
Atendendo a determinação legal, o cemitério da vila foi
instalado em local mais distante do centro, em terreno situado no hoje "Corredor
José de Lima", na parte leste da atual Vila Maria. Mais tarde, tornando-se esse
local exíguo, novamente foi o cemitério transferido, desta vez para a parte Oeste
da localidade, onde até hoje se encontra.
É interessante notar que São Gabriel antecipou-se alguns
anos a outras localidades do Brasil, com respeito a localização de seu cemitério
fora do centro urbano, como se pode ver pela seguinte explanação de Licurgo
Santos Filho, que diz:
“O velho costume colonial de se dar sepultura aos mortos
no interior das igrejas, capelas e conventos, custou sobremaneira a
desaparecer, dados os preceitos religiosos das populações brasileiras. Mas foi após 1850, depois da campanha sanitária
empreendida pelos membros das juntas de higiene, que os legisladores e
governantes, temerosos das epidemias fatais de febre amarela e cólera, construíram
cemitérios públicos e proibiram em definitivo o antigo costume, fazendo-se
exceção mediante licença especial para um e outro caso".
Nessa exceção, temos o exemplo do ocorrido com o nosso Visconde de São Gabriel,
marechal João de Deus Menna Barreto, cujos restos mortais se acham na Igreja Senhor
dos Passos, em Rio Pardo, em túmulo situado no fundo do templo, com uma
inscrição modesta, que, aliás, não faz jus a tão ilustre morto. (Fone: Livro “São
Gabriel na História”, de autoria do escritor Aristóteles Vaz de Carvalho e
Silva)
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