Criou em São Gabriel a 8 de novembro de 1929 o "Blue Jazz Band", na residência da família Evangelho. Sua estréia deu-se no Cine Teatro-Harmonia nesse mesmo ano. Todavia, celebrizou-se com o famoso "Jazz Ruchiga", criado por ele em 1930, com atuação nos principais clubes de São Gabriel: Comercial, Caixeiral e Guarani.
O “Jazz Ruchiga”, cresceu, evoluiu e ganhou fama pelo número de figurantes, todos músicos de conceito relevante na arte de alegrar os povos. Expandiu-se em viajadas memoráveis, por várias cidades do Rio Grande do Sul e do estrangeiro. Como em Salto, no Uruguai, e em Libres na Argentina. Foi considerado o melhor conjunto do Estado.
Fazia parte do Jaz o apreciado Ney de Faria Correa, como baterista, que ao terminar o número musical, fazia uns floreios, batendo nos pratos ou no tambor, para a assistência rir a vontade. E o nosso conhecido e apreciado Eni Costa, vivendo entre nós.
Esse Jazz era o orgulho de São Gabriel. Distinguia-se nas apresentações pelo traje de gala dos seus figurantes: camisa e paletó brancos, gravata de tope e calça azul marinho e sapatos preto. Antes de romper seus instrumentos musicais, já causava admiração e recebia o aplauso do público. Foi a última das grandes e mais belas orquestras de São Gabriel, jamais sobrepujada. Foi extinta em 1963.
Certa ocasião, Ruchiga como artista, em uma peça teatral no Cine Harmonia, interpretou o papel de bebê-chorão, relacionado com um caso acontecido em São Gabriel. Foi uma apoteose. Quase botou o Cine Teatro Harmonia abaixo pela explosão de gargalhadas do público presente.
Rosário Ruchiga acompanhou a Invernada Artística do CTG Caiboaté a Brasília, para participar da Feira dos Estados, em 1972. Recebeu da Câmara Municipal de Vereadores, o título de "Cidadão Gabrielense". Por fim passou a comprar cavalos velhos e imprestáveis para o frigorífico Sonva, de Pelotas.
Foi o mais admirável violinista surgido em São Gabriel. Pessoa múltipla: músico, teatrólogo, cômico, trocadilista, desportista, gracioso e estimado da sociedade gabrielense. Homem da música, da alegria, animador das festas religiosas e dos grandes folguedos carnavalescos. Onde estava a tristeza batia em retirada, afugentada pelo seu humor alegre e seus gracejos de fazer rir até as pedras.
Ruchiga foi uma figura admirável. Fez da música a arte de valorizar a qualidade de vida dos povos. E como lutou. Faleceu a 12 de janeiro de 1995, aos 89 anos, vítima de hemorragia intestinal. (Fonte: Artigo do historiador Osório Santana Figueiredo, publicado na coluna "De Brasília", no "Jornal da Cidade").

Meu tio querido! Que orgulho de ler este texto! Saudades!
ResponderExcluirCarlos Ruchiga Filho
Brasília, 2012
Orgulhoso de ter sido seu sobrinho e feliz por fazer parte da família Ruchiga.
ResponderExcluirHumberto José Ruchiga
Rio de Janeiro, fev/2013
Nossa, conversei tanto com o Rosarinho ... ele passava na casa da vovó e parava pra conversar ... mas, nunca o ouvi tocar ... agora lendo esse texto, me deu uma sensação de perda ... adotaria ter ouvido/visto ele tocando, com aquele sorriso aberto que sempre estampava no rosto qdo me via sentada nos degraus da casa da vovó na Rua Tristão Pinto ... a gente perde cada coisa na vida por falta de maturidade ...
ResponderExcluirCarmen Lucia Evangelho Lopes - Rio, março/2013
Tive o prazer de conhecer o pequeno (ENORME) Rosario Ruchiga. no Inicio dos anos 90 eu e ele íamos "filar a bóia" aos domingos na casa de sua cunhada a saudosa Vó Ana Evangelho Ruchiga. Alem de tudo que aqui ja foi dito, tio Rosário era um baita contador de piadas. Feliz é Deus que tem ele ao lado tocando seu violino e contando as piadas, ooooh Tio Rosário.
ResponderExcluirBah!Conheci ele e o filho Gilberto que era padrinho do meu irmão!Gente muito fina o seu Ruchiga na entrada da cidade tinha uma placa escrito Cavalo velho é com Ruchiga!Minha família fica 2 casas antes da dele na rua Celestino Cavalheiro!Ele tinha uma neta que nunca mais vi a Cíntia!Seu Ruchiga tava sempre Alegre!!!
ResponderExcluirAlguém sabe qual a origem do sobrenome dele?
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