O pedido havia sido encaminhado no ano passado à
Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano. O reconhecimento como "Servo
de Deus' veio no mesmo ano, mas o documento ficou perdido na diocese de Bagé.
Por isso, só agora o processo será aberto, e a comissão que cuida da
canonização vai começar a apontar as virtudes do índio.
“É o regate e o reconhecimento de alguém que representava
os nosso povos originários, aqueles que deram a vida por esta terra”, comentou o administrador da Diocese de Bagé,
padre Alex Kloppenburg.
Tiaraju foi morto em combate por tropas espanholas, em
1756. O conflito teve início devido ao Tratado de Madri, em que a Espanha cedeu
a região das missões a Portugal, em troca da Colônia de Sacramento, no Uruguai.
Guaranis e padres foram forçados a deixarem as reduções, o que gerou uma série
de conflitos armados pelo controle da região.
Mais tarde, as reduções dariam origem às cidades de São
Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo e São Miguel das Missões. “O
que foi importante era a força e a liderança de Sepé Tiaraju, como um dos
poucos índios letrados e a sua figura de corregedor dos povos guaranis”, ressaltou o historiador Claudio Lemiezek.
Se Tiaraju for considerado santo, ele será o primeiro
índio brasileiro canonizado. Como ele morreu como mártir e é reconhecido como
herói, não precisa de um milagre reconhecido para se tornar santo. (Fonte:
Jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre)
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